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ILHA DO MEDO

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Como Brian De Palma ou Quentin Tarantino, que homenageiam tudo o que admiram nas telas do cinema, Scorsese incorpora seu estilo!
Cheio de elementos do gênero e características de seus cineastas preferidos. Como em Taxi Driver, a neblina é um enigma, simboliza um tormento, e a obviedade da “tomada do chuveiro”, referência na velocidade da luz a “Psicose“.
O uso dos efeitos especiais é preciso e surge apenas quando se faz necessário. É como o próprio Scorsese disse: Provavelmente Hitchcock optaria por utilizá-los se dispusesse dessa ferramenta à sua época.

Scorsese parece estar jogando pistas falsas para incitar interpretações do espectador. Seria um filme de guerra (seria o hospital uma espécie de campo de concentração?), ou um filme policial (estaria Teddy, como todo detetive de noir, sendo vítima de uma conspiração?) ou um filme-delírio (o que afinal é real na Shutter Island?). Aqui todos os estilos se misturam, tornando o filme um belo jogo de câmeras e diálogos participando involuntariamente desse jogo de espelhos.

A idéia é confundir o espectador, no começo vemos Teddy Daniels investigar o desaparecimento de uma paciente, mas o desenrolar do filme surpreende, como todos os filmes de Scorsese.

Olhando para os trabalhos do diretor na última década, não é difícil aferir que Ilha do Medo é o mais ousado, para o bem e para o mal. Não é qualquer um capaz de fazer um filme desse gênero, é fato que na mão de qualquer outro seria visto como barbeiragem. Mas por estar inovando em sua carreira pós Oscar, Scorsese exagera um pouco na tensão! Seria essa sua intenção? O que me leva direto a comentar a trilha do filme, totalmente fora de tom!

É fato que Scorsese não precisa provar mais nada a ninguém, talvez por isso que “Ilha do Medo” não seja um projeto de paixão incondicional, como foi “O Aviador“. Há paixão em “Ilha do Medo“, mas apenas uma paixão rotineira, apenas pelo gosto de fazer cinema.

O filme de assustador não tem nada, mas é um bom suspense que traz uma nova perspectiva de Scorsese e uma tentativa de entreter seu público em busca da sua nova identidade dentro da indústria cinematográfica. Como Kubrick, o cineasta fará sua transição passando por todos os gêneros.

O filme foi recebido com opiniões polarizadas, mas pelo menos fica o alívio de que, depois do Oscar, o diretor não se acomodou. “Ilha do Medo” é daqueles filmes que tendem a crescer dependendo do interesse do espectador. Sabemos que não é o melhor que Scorsese consegue fazer, é esperar pra ver suas próximas aventuras!

Com Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Emily Mortimer , Michelle Williams, Max Von Sydow, Jackie Earle Haley, Patricia Clarkson

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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