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Frida Y Diego – texto inédito de Maria Adelaide Amaral, estreia no Rio de Janeiro

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 COM LEONA CAVALLI E JOSÉ RUBENS CHACHÁ NO PAPEL DO CASAL DE ARTISTAS MEXICANOS FRIDA KAHLO E DIEGO RIVERA, ESPETÁCULO TEM DIREÇÃO DE EDUARDO FIGUEIREDO E FICA EM CARTAZ NO TEATRO MAISON DE FRANCE ATÉ 29 DE MARÇO DE 2015
 
Em peça inédita, Maria Adelaide Amaral retrata a complexa e intensa relação dos fascinantes artistas mexicanos Frida Kahlo e Diego Rivera. Com direção de Eduardo Figueiredo, “Frida Y Diego” estreia no Teatro Maison de France, no Rio de Janeiro, dia 8 de janeiro, às 19h30m, com uma apresentação para convidados.
 
O último texto de Maria Adelaide encenado nos palcos foi “Chanel” com Marília Pera, há dez anos. Depois desta criação autoral, a dramaturga também chegou a assinar a adaptação para os palcos do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles. Com “Frida y Diego”, Maria Adelaide quebra o jejum de 10 anos sem um  texto inédito seu para o Teatro.
 
Com a atriz Leona Cavalli interpretando Frida Kahlo e José Rubens Chachá como Diego Rivera, o espetáculo narra o reencontro dos artistas depois de uma traumática separação. Numa fase muito difícil da vida de Frida, quando já bastante doente e com muitas dores, voltou a morar com Diego, em casas vizinhas ligadas por um corredor.
 
Os dois viveram um grande e conturbado amor, ao mesmo tempo em que influenciavam, com sua arte latina, o mundo das artes plásticas europeu e americano na animada e confusa década de 30.  A peça, recheada de conflitos, poesia, nostalgia e humor, tem Iluminação assinada por Guilherme Bonfanti, cenário, figurino e adereços por Márcio Vinícius e direção musical de Guga Stroeter.
 
 
A montagem
O convite para escrever uma peça sobre Frida Kahlo e Diego Rivera foi feito pelo diretor Eduardo Figueiredo e pelo diretor de produção do espetáculo, o ator Maurício Machado, à dramaturga Maria Adelaide Amaral em 2013. “Eu sempre tive fascínio por Frida e Diego. Vi algumas exposições dela por esse mundo afora e quando fui ao México conheci pessoalmente a obra de Diego. Estive na Casa Azul duas vezes e visitei a casa deles em San Angel. Isso alguns meses antes do Eduardo e do Maurício me encomendarem a peça”, conta a autora. Maria Adelaide estudou profundamente a vida da dupla de artistas para escrever o texto. “Não é bem ficção. É teatro, e o tema foi intensamente pesquisado nos livros sobre Diego e Frida e em outros que me mandaram dos Estados Unidos e México”, completa Maria Adelaide.
 
Para a montagem, o diretor Eduardo Figueiredo focou na interpretação do elenco: “Esse espetáculo é dos atores, nós só vamos preparar a cama para eles se divertirem” e optou por colocar música ao vivo na peça. No palco, dois músicos tocam acordeom e baixo. “É fundamental que uma peça como esta tenha músicos em cena, o próprio Diego Rivera era um grande festeiro e a música, aqui, reforça a passionalidade da relação deles. Pretendo falar da humanidade presente destes dois grandes artistas. Outro aspecto importante é fomentar questionamentos, nesse contexto específico, com temas tão contemporâneos como traição e lealdade”, comenta o diretor.
 
Sobre a obra de Maria Adelaide Amaral, Eduardo acrescenta: “O texto apresenta de forma explícita esse universo afetivo desses dois grandes artistas sem perder o panorama histórico que tanto os influenciaram. A dramaturgia e o trabalho dos atores são o nosso norte no espetáculo!”
 
O ator José Rubens Chachá, que completa 40 anos de carreia com esta montagem, observa: “Foi o melhor presente que poderia receber. Eu tenho um fascínio muito grande por personagens reais. Quando completei 30 anos de carreira a Maria Adelaide me convidou para viver Oswald de Andrade no espetáculo “Tarsila”, também de sua autoria. Desta vez o presente me surpreendeu ainda mais. Considero Oswald e Diego dois antropofágicos em suas artes tão diversas”.
 
Há nove anos sem participar de uma produção de teatro, a atriz Leona Cavalli comemora o retorno. “Frida foi sempre absolutamente avançada em sua arte e na vida, ela teve a coragem de fazer da sua existência uma obra de arte e fez isso com extrema inteligência, indo muito além da sua dor. É um privilégio trazer para a cena a humanidade dela, o texto da Maria Adelaide coloca a matéria prima da arte da Frida na dramaturgia, ou seja, a sua vida. Muitas coisas que estão escritas na peça foram ditas pela artista”, conta a atriz.
 
Sobre a história
Frida Kahlo foi uma artista única, para muitos é considerada a pintora do século. Em 1913, com seis anos, contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo dos anos. Apesar de seu pouco tempo de vida, deixou obras magníficas e intrigantes que influenciam o mundo das artes até hoje. Sua trajetória também é tida como uma obra instigante e com grande poder de chamar atenção.
 
Desde criança Diego Rivera quis ser pintor e todos percebiam ter talento para isso. Ao ficar adulto, após estudar pintura na adolescência, participou da Academia de San Pedro Alvez, na Cidade do México, partindo para a Europa, beneficiado por uma bolsa de estudos, onde ficou de 1907 até 1921. Esta experiência enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contato com vários artistas da época, como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra. Nesta época começou a trabalhar num ateliê em Madri, na Espanha. Acreditava que somente o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante séculos de opressão.
 
Frida e Diego se casaram em 1929. Ela com 22 anos e ele com 43, era o terceiro casamento de Diego. Viveram uma relação muito conturbada, tanto pelos casos extraconjugais de ambos quanto por suas personalidades fortes e convicções artísticas e políticas. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo ela sendo casada, mas não aceitava os casos da esposa com homens. O casamento era cheio de brigas e confusões, também pelo fato de Rivera querer filhos e Frida, que enfrentava problemas de saúde desde muito jovem devido a um sério acidente sofrido na adolescência, não conseguir engravidar. Durante o relacionamento dos dois, Frida sofreu muitos abortos, inclusive.
 
O ápice da separação aconteceu quando Rivera envolveu-se com sua cunhada, Cristina, e tornou-se amante dela. Ficaram muitos anos juntos e tiveram seis filhos. Frida apanhou-os na cama, tendo um ataque histérico e cortando os próprios cabelos. Como vingança, passou a atormentá-lo, passando a persegui-lo e odiar a irmã. Muito abalado com tudo, Diego abandonou os filhos e Cristina, que foi embora. Depois acabou indo atrás de Frida, mas não teve sucesso na reconquista. Passaram a ser inimigos. Rivera continuou com sua vida de antes, muitas bebidas e amantes, inclusive saía com prostitutas, mas sempre pensando em Frida. Após um período separados, Frida e Rivera se reconciliaram. Os dois moraram em casas vizinhas conectadas por um corredor até a morte de Frida em 1954, aos 47 anos. A Casa Azul, como ficou conhecida, abriga hoje o Museu Frida Kahlo, na Cidade do México, e conserva tudo como os dois deixaram. Lá é possível encontrar cartas de amor trocadas pelo casal e diversos objetos do cotidiano dos dois.
Sinopse
A peça fala do casamento e da relação entre Frida Kahlo e Diego Rivera. Uma história de paixão e cumplicidade. Com todos os dramas, rupturas e reconciliações, era uma relação de liberdade e amor incondicional. O espetáculo se passa entre o período de 1929 a 1953, no México, França e Estados Unidos, onde viveram e trabalharam: a conturbada relação do casal, as mútuas infidelidades, personalidades fortes e as suas convicções artísticas e políticas.
 
Ficha Técnica
Texto: Maria Adelaide Amaral. Direção: Eduardo Figueiredo. Elenco: Leona Cavalli e José Rubens Chachá.Direção musical e trilha: Guga Stroeter e Matias Capovilla. Músicos: Wilson Feitosa (acordeom) e Mauro Domenech (baixo acústico). Direção de arte – cenografia, figurinos e adereços: Marcio Vinicius. Visagismo:Anderson Bueno. Desenho de luz: Guilherme Bonfanti. Assistência de direção: Alex Bartelli. Direção de movimento: Renata Brás. Estágio de direção: Eric Mourão. Programação visual: Vitor Vieira. Projeto de vídeo e projeções: Jonas Golfeto. Fotos de divulgação: Gabriel Wickbold. Fotos de cena: Lenise Pinheiro.Produção executiva: Ton Miranda. Gerência de produção: Bia Izar. Direção de produção: Maurício Machado. Realização e produção: manhas & manias eventos.
 
Serviço
Frida Y Diego, de Maria Adelaide Amaral
TEATRO MAISON DE FRANCE – Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro – RJ
Tel: (21) 2544-2533
Temporada: de 8 de janeiro a 29 de março de 2015
Quintas, sextas e sábados às 20h e domingos às 19h
Ingressos: R$ 60,00 (quintas e sextas-feiras), R$ 80,00 (sábados e domingos).
Direção: Eduardo Figueiredo.
Elenco: Leona Cavalli e José Rubens Chachá.
Duração: 90minutos.
Classificação indicativa: 16 anos.
Lotação: 353 pessoas
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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