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Cinema do IMS-RJ recebe mostra Arquitetura como autobiografia dedicada ao cineasta alemão Heinz Emigholz

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Entre os dias 8 e 16 de agosto, o cinema do IMS-RJ apresenta a mostra Arquitetura como autobiografia, com filmes do cineasta alemão Heinz Emigholz. Há mais de 25 anos, Emigholz procura transmitir a passagem do tempo no cinema por meio da arquitetura. Seus filmes são passeios contemporâneos por edifícios e outros espaços arquitetônicos, mostrando como são habitados e como foram transformados por seus usuários ao longo de sua história. O cineasta já realizou mais de 100 filmes, dos quais um conjunto de dez, todos inéditos no Brasil, compõe a programação desta retrospectiva. No sábado, dia 8, após a exibição de A pista de pouso, Emigholz conversará com Aaron Cutler, um dos curadores do evento.
Os filmes focam trabalhos de arquitetos modernistas, como Louis Sullivan, Rudolph Schindler, Pier Luigi Nervi, Auguste e Gustave Perret, entre outros. Esses arquitetos e suas obras são apresentados a partir de um ponto de vista pessoal, oferecendo ao espectador um recorte sobre a herança que o século XX deixou ao século XXI.

Em uma entrevista a Cutler, em 2013, Emigholz explica: “Algumas pessoas disseram: ‘Isto é apenas para arquitetos’, mas meu ponto de vista é outro. Nós todos temos que viver em algum tipo de moradia, então precisamos pensar sobre a arquitetura, ou sermos confrontados com o que ela é e/ou pode ser, mesmo que não se queira lidar com isso. Meu objetivo, desde o início, sempre foi usar as ferramentas do cinema para representar a arquitetura. Isso é subversivo, porque o cinema geralmente é elaborado para mostrar o que acontece em um espaço, mas também pode representar os próprios espaços da melhor maneira imaginável.”

Com curadoria de Aaron Cutler e Mariana Shellard, a mostra Arquitetura como autobiografia: Filmes de Heinz Emigholz é produzida pela Anamauê, com o apoio do Goethe-Institut Rio de Janeiro.
PROGRAMAÇÃO
Sábado | 8 de agosto
19h30: A pista de pouso (Airstrip – Aufbruch der Moderne, Teil III)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2013. 112’)
Vigésima primeira parte de Fotografia e além e terceira parte da trilogia Decampamento do modernismo. O filme apresenta 30localidades no mundo, filmadas por Emigholz entre 2011 e 2012, e traça um percurso da arquitetura moderna após o lançamento das bombas atômicas no fim da Segunda Guerra Mundial. A história evoca de forma confessional o fardo de ser alemão. O filme visita o Panteão; o monumento a Gustave Eiffel, de Auguste Perret, na base da torre Eiffel; La Bombonera, de Viktor Sulčič e Jose Luis Delpini; um armazém de Eladio Dieste, em Montevidéu; Lãs Arboledas, de Luis Barragán, na Cidade do México; a embaixada italiana em Brasília, de Pier Luigi Nervi; o Northfield Memorial, em Tinian, nas ilhas Marianas do Norte, de onde partiram as bombas atômicas para Hiroshima e Nagasaki; um ponto de ônibus, de Ulrich Muther, em Binz; entre outros.
Após a sessão, conversa aberta ao público entre o cineasta Heinz Emigholz e o curador da mostra Aaron Cutler.

Domingo | 9 de agosto
20h: Perret na França e Argélia (Perret in Frankreich und Algerien)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 110’)

Vigésima parte de Fotografia e além, segunda parte da trilogia Decampamento do modernismo e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 30 construções dos irmãos franceses Auguste Perret (1874-1954) e Gustave Perret (1876-1952), realizadas na Franca e na Argélia entre 1904 e 1954, e filmadas por Emigholz em 2011. Os arquitetos trabalharam durante um período em que o país africano ainda era uma colônia francesa, e morreram pouco tempo antes do início da Guerra de Independência Argelina, que resultou no fim da colonização. No filme, a evolução da história nos dois países é naturalmente sugerida pela atual condição e pelo uso dos edifícios locais. Na Argélia, prédios anteriormente ocupados pela aristocracia foram convertidos em espaços abertos ao público em geral. Em contraste, na França, a jornada revela a preocupação em conservar e manter o uso original dos edifícios.

Terça-feira | 11 de agosto
20h: Parabeton – Pier Luigi Nervi e o concreto romano (Parabeton – Pier Luigi Nervi und Römischer Beton)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 100’)

Décima nona parte de Fotografia e além, primeira parte da trilogia Decampamento do modernismo e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme justapõe 17 construções do engenheiro civil italiano Pier Luigi Nervi (1891-1979) realizadas na Itália e na França entre 1932 e 1971 e 10 ruínas do Império Romano, todas filmadas por Emigholz em 2011. Inspirado na resistência e na maleabilidade das construções romanas antigas (as primeiras em concreto), Nervi ampliou o uso de um tipo de concreto armado mais leve, chamado ferrocimento. O filme conduz o olhar para o alto, seguindo o movimento ondular dos dois grupos de construções. As imagens são acompanhadas pela riqueza e pela variedade de sons que ecoam em cada local.

Quarta-feira | 12 de agosto
20h: Dois museus (Zwei Museen)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 18’)

Vigésima segunda parte de Fotografia e além. O filme justapõe o museu Coleção Menil, em Houston, construído pelo arquiteto italiano Renzo Piano entre 1982 e 1986, e o Museu de Arte Ein Harod, em Israel, construído pelo arquiteto polonês Samuel Bickels, em 1948, ambos filmados por Emigholz em 2012. A iluminação natural suave dos ambientes da Coleção Menil reflete a qualidade tranquila do bairro em que o variado acervo está localizado. Na mesma latitude e em uma área de kibutz, o primeiro edifício construído para abrigar um museu de arte no Estado de Israel tem qualidades similares.
O prado das coisas (Die Wiese der Sachen) 
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 1974-1987. 88’)
Longa-metragem de ficção e terceira parte da Trilogia dos anos 1970. É a primeira tentativa de Emigholz de explorar, por meio do cinema, espaços arquitetônicos como indícios de histórias humanas. A ação acontece na cidade de Clonetown entre 1974 e 1979. Charon, um terrorista desiludido e pouco confiável, narra, às margens do esquecimento, sua decadência eminente a um negociante de carros sequestrado. Em suas memórias, Charon traz à tona seu segundo e seu terceiro egos – um artista megalomaníaco e um perverso vendedor de tapetes.

Quinta-feira | 13 de agosto
20h: O bando sagrado (Der zynische Körper)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 1986-1990. 89’)

O percurso de um grupo de amigos que parte em busca de autoconhecimento é envolvido por edifícios emblemáticos, como A Sagrada Família, em Barcelona, e a Catedral de Colônia. Último longa-metragem de ficção de Emigholz. Roy, um editor de livros, está morrendo e, junto com ele, a República Democrática da Alemanha. Seus amigos reúnem o que, para Roy, são apenas os dejetos de uma vida que já não existe mais – seu dinheiro, suas fotografias, seus últimos desejos, como a destruição de seus diários. O grupo, que se dissolve com a morte de um membro, é composto por um desenhista, um escritor, um arquiteto, uma fotógrafa e uma tradutora. Seus papéis impregnam-se uns aos outros enquanto eles são conduzidos em uma jornada em busca de autoconhecimento.

Sexta-feira | 14 de agosto
20h: Loos ornamental (Loos Ornamental)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 72’)

A arquitetura se torna um elemento da paisagem e da história do século XX. A paisagem é também simbólica e espelha os pensamentos e estudos de Emigholz, contando uma história que, além de ser mundial, também é pessoal. Décima terceira parte deFotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 27 construções do arquiteto austríaco Adolf Loos (1870-1933), realizadas na Áustria, na Republica Checa (boa parte durante o Império Austro-Húngaro) e na França, entre 1899 e 1931, e filmadas por Emigholz em 2006. Influenciado por Louis Sullivan, Loos revolucionou a arquitetura de seu tempo ao eliminar a ornamentação florida típica da Europa. No filme, as construções estão intactas, e muitos dos interiores aparentam ter perdido sua função original para se tornarem objetos de museu, preservando, assim, uma era passada no contexto de uma cidade moderna.

Sábado | 15 de agosto
20h: As casas de Schindler (Schindlers Häuser)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 2006-2007. 99’)

O filme conduz o espectador a uma reflexão sobre a sociedade de hoje, em contraste com aquela em que os arquitetos austríacos Rudolph Schindler e Adolf Loos viveram. Décima segunda parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. Quarenta construções do arquiteto austríaco naturalizado norte-americano Rudolph M. Schindler (1887-1953), todas realizadas em Los Angeles entre 1921 e 1952, e filmadas por Emigholz em 2006. Logo no inicio, um narrador declara que “não há sentido em separar a construção do ambiente ao seu redor”. As cenas seguintes mostram como Schindler trabalhou seus interiores, desenhando o espaço de forma que o olhar pudesse passear sem obstruções, criou janelas com vidros, de tamanhos, formas e tonalidades variadas para a entrada de luz natural, e acomodou, assim, a natureza exterior no ambiente doméstico.
Domingo | 16 de agosto

20h: Os bancos de Sullivan (Sullivans Banken)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 1993-2000. 38’)

Segunda parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta os oito últimos edifícios construídos pelo arquiteto norte-americano Louis H. Sullivan (1856-1924) para instituições bancárias do centro-oeste dos Estados Unidos. Construções intactas em tijolo aparente, elegantes ornamentos em cerâmica, vidro e mosaico e luxuosas decorações de interiores sustentam uma era passada que coexiste com a modernidade já obsoleta de 1995, ano em que foram filmados.
As pontes de Maillart (Maillarts Brücken)
De Heinz Hemigholz (Alemanha, 1995-2000. 24’)
Terceira parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 13 construções do engenheiro civil suíço Robert Maillart (1872-1940), todas realizadas na Suíça, e filmadas por Emigholz em 1996. Maillart levou para a engenharia civil a beleza do desenho, mantendo a economia de materiais e a eficiência nas construções pela simplificação da forma. O filme revela a comunhão entre as estruturas de Maillart e o meio ambiente ao redor, com a mesma simplicidade e serenidade que as caracteriza.
  
Ingresso
R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com
Disponibilidade de ingressos sujeita à lotação da sala.
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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