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IMS EXIBE CORRESPONDÊNCIA DE AUGUSTO BOAL, CRIADOR DO TEATRO DO OPRIMIDO

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A exposição Meus caros amigos – Augusto Boal – Cartas do exílio reúne parte da correspondência de Augusto Boal (1931-2009), criador do Teatro do Oprimido, durante os anos de seu exílio político, de 1971 a 1986. Com curadoria de Eucanaã Ferraz, poeta e consultor de literatura do IMS, a mostra abre no sábado, 4 de junho, e segue em cartaz na Pequena Galeria do Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro até 21 de junho. Além das 40 cartas – a maior parte recebida por Boal –, estarão expostos fotografias, passaportes, alguns livros, além de leituras e depoimentos em vídeo de Chico Buarque, Fernanda Montenegro e Cecilia Boal, viúva do teatrólogo.

Das centenas de correspondências preservadas no acervo do Instituto Augusto Boal, foram selecionadas as cartas que tocam mais intimamente na solidão do desterro. Entre elas, as de sua mãe, dona Albertina, e de amigos, como Chico Buarque, Ferreira Gullar, Fernando Peixoto, Dias Gomes e Fernanda Montenegro.

Parte desse material é apresentada ao público pela primeira vez e, entre seus destaques, está uma carta escrita por Chico Buarque, em 20 de julho de 1975, em que comenta a parceria entre eles para Mulheres de Atenas, composta para uma peça de Boal nunca encenada, e uma letra ainda não finalizada para um chorinho de Francis Hime, mais tarde batizado de Meu caro amigo, canção que inspirou o nome desta mostra Outro destaque é a carta da atriz Fernanda Montenegro, que escreveu animada ao amigo em 25 de abril de 1984, dia em que estava sendo votada a emenda constitucional pelas “diretas já”, mas que complementa sua carta na madrugada seguinte com a informação de que infelizmente a proposta não havia sido aprovada.

Boal aproximou-se do teatro na década de 1950, enquanto fazia seu PhD em engenharia química em Nova York. Quando voltou ao Brasil, em 1956, passou a integrar o Teatro de Arena, uma das mais importantes companhias teatrais brasileiras. Após dirigir algumas peças, no início dos anos 1960 já era um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira. Em 1971, foi preso e torturado, e, logo em seguida, decidiu deixar o país com a esposa, Cecília Boal, e seu filho Julian, inicialmente se instalando na Argentina, país de Cecília. Passou pelo Peru e por Portugal e, em 1978, mudou-se para Paris. Suas primeiras técnicas do Teatro do Oprimido surgem no ano em que partiu para o exílio, e seus textos a respeito foram publicados pela primeira vez em 1974 na obra Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Mas foi na cidade francesa que criou o centro para pesquisa e difusão do Teatro do Oprimido. Com a ajuda da esposa, desenvolveu um teatro mais interiorizado e subjetivo, o método Boal de teatro e terapia. Voltou definitivamente para o Brasil em 1986, indo morar no Rio de Janeiro onde criou o Centro do Teatro do Oprimido, que tinha como objetivo principal tornar acessível a linguagem teatral a qualquer pessoa.

Serviço:
Meus caros amigos – Augusto Boal – Cartas do exílio
Visitação: De 05 de Junho até 21 de Agosto
De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca – Classificação livre
Visitas mediadas para grupos: agendar pelo telefone (21) 3284 7485 ou educativo.rj@ims.com.br

Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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