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Em cartaz , no Teatro Clara Nunes “Por Isso Fui Embora” apresenta texto revigorante e acolhedor

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A peça “Por Isso Fui Embora”, dirigida por Regis Faria, conta os desalinhos da vida de Martin (Joaquim Lopes), que vive uma vida conjugal estática e tendente ao conformismo com Pérola (Priscila Fantin). Martin conhece Cyres (Camila Lucciola), uma cantora e poetisa que vive às confidências com Joker (Flávio Rocha) em um bar, entregues aos prazeres e despudores da vida noturna. Cansado da pasmaceira emocional, Martin encanta-se com a possibilidade de aventura que tem com Cires e encontra respostas para sua crise existencial. Pérola sente-se traída, mas acaba por achar um novo rumo para sua vida, igualmente.

Quem deixa quem, quando o liame entre duas pessoas simplesmente acaba? Essa é uma boa questão suscitada pela trama. É possível perder-se em tantos questionamentos relacionais e de convívio que são propostos. O sexo acaba sendo o fiel da balança entre os dois relacionamentos de Martin. A novidade versus a mesmice. O dinâmico versus o monótono. Todos nós já passamos por dilema parecido e é por isso que a peça interessa. Apesar de não haver pirotecnias, o que se encontra no palco é pura vida.

Destaque para a personagem de Camila Lucciola, que dá muita margem para um trabalho desenvolto da atriz. Pode-se dizer que os atores possuem um tônus muscular-afetivo evidente, apesar de estarem ainda esquentando em relação às vicissitudes do texto e das ações cênicas. O visagismo da peça é simples, porém eficaz: há elementos que ajudam a trazer a atenção do público para a história ali vivida, como a coleção de colherzinhas, os patins e a projeção do peixe de estimação. Contudo, uma das maiores vitórias do espetáculo é sua trilha sonora, composta por músicas com muito apelo, em versões pouco conhecidas e com arranjos que caem perfeitamente bem na atmosfera urbana e moderna da trama.

A concepção de Regiz Faria tem poder revigorante e acolhedor, ao mesmo tempo, para o espectador. Uma estética adstringente se instaura, fazendo lembrar um teatro que quer estar próximo da realidade de quem assiste. É um ótimo programa para casais, principalmente. Mas não só. O texto é de Juliana Frank e Renata Corrêa e não apresenta grandes elucubrações acerca de temas complexos, mas apresenta uma realidade fácil, de encontros e desencontros de pessoas possíveis e que estão a nossa volta – se não são nós mesmos.

Serviço:
Teatro “Por isso fui embora”
Dias e horários: quinta a sábado as 21h, domingo as 20h
Local: Teatro Clara Nunes (R. Marquês de São Vicente, 52 3o andar – Gávea)

Felipe Mury
Felipe Mury
Felipe Mury é ator formado pela Casa de Artes de Laranjeiras e bacharel em Direito pela UFRJ. Amante das Artes Cênicas, especializou seu olhar em relação ao Teatro, sendo uma ficcionado por Shakespeare e Brecht.

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