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Gustavo Miranda fala sobre a experiência na peça de improviso “Portátil”

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O  ator colombiano Gustavo Miranda faz parte do espetáculo de improvisação “Portátil”, criado pelos  atores Luis Lobianco, Gregório Duvivier e João Vicente de Castro. A peça parte de uma entrevista com a plateia dando origem a uma peça inteiramente improvisada, com os poucos dados que a pessoa escolhida na plateia fornece aos atores. Confira abaixo o perfil da peça e do ator.

O que motivou a montagem de uma peça nesses moldes?

Gustavo Miranda – Bom, eu entrei no Portátil na etapa de criação e montagem da peça, o seja, justo quando essa motivação já tinha nascido, mas posso dizer que o que me motivou a mim, foi a vontade de fazer algo desafiador e diferente com um grupo de pessoas que admiro profissionalmente e das quais gosto muito.

Tem alguma história inusitada que marcou vocês no palco?

Gustavo Miranda – De alguma maneira todas as histórias viram inusitadas quando são compartilhadas com tantas pessoas ao mesmo tempo, elas ganham vida na imaginação de cada espetador de uma forma completamente diferente. Claro que tem histórias mais particulares, mas as minhas lembranças misturam todas as histórias depois de um tempo.

O improviso é um eterno exercício de interpretação, qual a importância dele na carreira de vocês?PORTATIL 2

Gustavo Miranda – A improvisação é a alma do teatro, não tem como chegar num personagem ou numa cena sem passar pela improvisação, mesmo numa peça de teatro com dramaturgia escrita, as pessoas vão assistir o acontecimento teatral sabendo que qualquer coisa pode acontecer. Estou querendo dizer que a improvisação mais do que importante é vital para a nossas carreiras, está implícita. O Portátil então você pode imaginar o que é, é isso mesmo explícito, na sua frente e com a intenção de errar para dar certo.

Você acham que a peça foge de um espetáculo comum de improviso?

Gustavo Miranda – Fugir parece que é algo que se faz por medo, ou por coragem, e embora temos que ter muita coragem, e sintamos medo quando vamos entrar no palco para um Portátil, o espetáculo não foge, ao contrário, ele fica e brinca com as ferramentas usadas pelos espetáculos comuns de improvisação, mas também com o raciocínio de atores e roteiristas do Porta dos Fundos, com uma estrutura inspirada em dramaturgia escrita, e com as nossas próprias experiências de vida, absolutamente diferentes, se misturando na hora para fazer algo que nunca foi feito e que nunca vai se repetir. Por isso tudo o Portátil expõe uma outra coisa não vista antes no Brasil, algo diferente aos espetáculos de improvisação mais conhecidos. A nossa estrutura não está dividida em jogos, nem quadros, ela é uma improvisação única, o espetáculo acaba quando essa improvisação chega ao fim.

Tudo é neutro no espetáculo, enquanto o corpo e a voz são os seus únicos recursos em cena que fogem disso. É possível usar da neutralidade na atuação?

Gustavo Miranda – Tudo é neutro aos olhos, isso faz que seja infinitamente rico à imaginação, um lenço em branco é um brinquedo para um pintor, um espeço “neutro” é um brinquedo para um improvisador. É possível sim, usar a neutralidade para atuar, porque na hora que ela entra ao jogo do acontecimento, cobra outro sentido e muitas vezes é o espetador quem lhe da forma.

Se você pudesse escolher um personagem para interpretar, qual seria?

Gustavo Miranda – Um personagem trágico, qualquer deles, pode ser épico, isabelino, contemporâneo, realista, mas adoraria que fosse trágico, forte, sinistro.

A peça é sucesso de público no Brasil e em Portugal, como vocês lidam com o sucesso e de que forma isso influência a vida de vocês? 

Gustavo Miranda – Eu sou o menos conhecido do elenco, não sei isso quanto influencia nessa resposta. Eu tenho certeza que para o resto do elenco é um lugar de reconhecimento a um trabalho muito bem feito ao que por razões obvias, tem acesso menos pessoas do que pelos vídeos do Porta, então acho que essa influência está muito mais relacionada com reconhecimento do que com fama. Para mim tem sido muito bom em todo sentido, até agora não tive que lidar com ninguém e amo ser reconhecido pelo meu trabalho.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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