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“Labirinto” reestreia no Centro Cultural Justiça Federal

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Os antigos mitos gregos oferecem várias versões do célebre embate entre Teseu e o Minotauro, consolidando um enredo que desde a sua origem vem sendo sucessivamente transmitido e reinventado e, mais recentemente, inspirou obras de autores como Nietzsche, André Gide, Gilles Deleuze, Julio Cortázar, Jorge Luis Borges e Sarah Kane. Com dramaturgia inédita de Alexandre Costa e Patrick Pessoa, o espetáculo “Labirinto” subverte inteiramente o enredo original do mito, dando voz aos personagens anônimos dessa história. Com direção de Daniela Amorim e codireção de Patrick Pessoa, a peça reestreia no dia 7 de abril, no Centro Cultural Justiça Federal, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. O texto da peça será lançado pela Editora Giostri, durante a temporada, que será de sexta a domingo, às 19h, até 14 de maio.

Em 2013, a atriz Paula Calaes e o dramaturgo Pedro Kosovski deram início à ideia de realizar no teatro uma leitura contemporânea do mito do Labirinto. “Meu interesse pelo universo grego antigo vem de longe, do entusiasmo que os textos de Nietzsche e de tantos outros que foram inspirados por ele me despertam”, conta a atriz.

Dotado de corpo humano e cabeça de touro, o Minotauro é fruto indireto da desobediência de Minos, rei de Creta, perante o deus do mar, Poseidon: tendo-o favorecido na sua ascensão ao trono, o deus não vê Minos cumprir a retribuição exigida, o que desperta a sua ira. Com o auxílio de Afrodite, deusa do amor, Poseidon faz com que Pasífae, esposa de Minos, se apaixone irremediavelmente por um touro, com quem ela concebe o Minotauro. Filho da traição, a criatura torna pública a vergonha de Minos, que ordena, sob comando de Dédalo, a criação de um inextrincável labirinto para abrigá-la. A vitória obtida na guerra contra Atenas dá a Minos a oportunidade de sustentar o Minotauro: derrotados, os atenienses deveriam enviar anualmente 14 jovens como alimento para o monstro, símbolo da dominação política. Em uma dessas oportunidades, Teseu, filho do rei de Atenas, decide fazer parte da expedição com a intenção de matar o Minotauro e libertar sua cidade do jugo de Creta.

O espetáculo entrecruza as vozes jamais ouvidas dos 13 jovens que acompanharam Teseu ao labirinto de Creta com a do próprio herói (Teseu), de seu pai (Egeu), de sua namorada (Ariadne) e de seu algoz (o Minotauro). “A peça brota da necessidade de dar voz àqueles que nunca tiveram. Ela problematiza a ideia de heroísmo e joga luz sobre a importância dos coletivos na construção da história”, destaca Patrick. “A questão da legitimidade das dívidas públicas (o caso grego não poderia ser mais atual) e da irracionalidade de juros que sacrificam toda uma juventude se articula, em nosso texto, com uma reflexão sobre as múltiplas possíveis reações humanas diante de uma situação da qual aparentemente não há saída”, complementa Alexandre Costa.

A peça não tem a intenção de transpor integralmente para o palco o enredo do mito original, mas sim a de construir um ensaio teatral sobre a atualidade de suas questões. Assumindo o labirinto como uma grande metáfora da vida, a concepção da peça articula o viés político do mito com o existencial e apresenta diversos comportamentos possíveis – medo, dor, erotismo, lucidez – diante de uma situação extrema como aquela vivida por esses anônimos. O que pensamos, o que sentimos, como agimos quando convictos da iminência da morte?

SERVIÇO
Espetáculo: Labirinto
Temporada: 7 de abril a 14 de maio de 2017
(não haverá espetáculo dia 14 de abril)
Local: Centro Cultural Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro)
Dias e horários: Sexta a domingo, às 19h.
Capacidade: 141 lugares
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira)

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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