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Roberto Birindelli e Jandir Ferrari falam sobre o drama de guerra “Dolores”

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Co-produção Brasil/Argentina, “Dolores” , conta a história de uma mulher de descendência escocesa que retorna à Argentina depois da morte de sua irmã para cuidar de seu sobrinho de oito anos. Atraída pelo amor platônico de seu cunhado Jack, o romance se desenrola no contexto da Segunda Guerra Mundial, onde os ecos da guerra ficam cada vez mais próximos e a disputa global entre alemães e ingleses começa a se tornar pessoal. Porém o descendente de alemães Octavio Brandt passa a seduzir Dolores que, longe de ser o inimigo, torna-se um amor inesperado para ela, que precisa decidir entre dois amores.

A009_C006_0112WG“Dolores” é um filme sobre amores durante a II Guerra Mundial. Qual é a importância do contexto histórico dentro do enredo do filme?

Roberto Birindelli – Argentina, país de imigrantes, como o Brasil, dependia muito do que acontecia na matriz. Muitos descendentes tomavam partido de seus países de origem. Mas também é uma saga de uma heroína, que quebrou vários tabus extremamente fortes para a época. Também fala do destino. Nenhum dos 3 conseguem seu objetivo, mas a história tem desígnios surpreendentes para eles. E eles aceitam essa solução que não era a desejada.

Jandir Ferrari – Certamente que os questionamentos do que aconteceu no mundo na segunda guerra é muito importante. Os imigrantes que estavam na Argentina, ingleses, alemães, escoceses. O posicionamento deles em relação à guerra e o questionamento disso está presente no filme. Os personagens do filme são de famílias de origens escocesa e alemã. A questão afetiva e amorosa é o que conduz o filme mas o momento histórico está também presente.

6 Dolores, Roberto Birindelli, Emilia AttiasO filme é ambientado nos anos 40, quais são as dificuldades de se atuar num filme de época?

Roberto Birindelli – Bem, havia várias dificuldades. O sotaque argentino de época, acrescentado a uma leve referência de descendente de alemães. Um homem rude, do campo, que ordenha, lida com gado, e ao mesmo tempo mantem o refinamento de sua origem germânica. Um homem habituado a mandar, mas que se vê fragilizado pela pujança de Dolores. É um aprendizado.

Jandir Ferrari – Creio que sempre que pegamos um personagem “de época” , devemos fazer um estudo social e político do momento histórico para que possamos situar o personagem da forma mais coerente com isso. Isso influi diretamente em modos de agir, pensar e nas relações do personagem com o todo.

Você se inspirou em algum filme / personagem para construir seu personagem?

Roberto Birindelli –Trabalhei muito com Sergio Penna, o ambiente, as dores e delícias desse personagem. O ritmo do campo. O ritmo da época. Idiossincrasias, modo de vida, desejos e a velocidade com que quer esses desejos. Vi filmes dos anos 40, e também vi filmes anteriores do Juan (o diretor), ´pra entender sua linguagem.

Jandir Ferrari – Tenho uma relação bastante próxima com o Rio Grande do Sul. Acredito o homem do campo, o ”gaúcho” foi minha grande inspiração.

Como você definiria “Dolores” , um drama histórico ou um romance em tempos de Guerra?

Roberto Birindelli – “Dolores” é um recorte de uma família, com suas tentativas em busca da felicidade. As agruras de uma época dura em todo o mundo, e mais ainda no pampa. Baseado numa história real, Dolores foi uma mulher forte, determinada, que carrega as delicadas peripécias do amor possível, não o provável nem o determinado. Um poema à liberdade possível.

Jandir Ferrari – Um romance em tempos de guerra. Como disse a questão afetiva e amorosa é o que conduz o filme , apesar do momento histórico ter sua importância.

“Dolores” é uma coprodução Brasil/Argentina que foi bem recebida pelo público na a Première Latina no Festival do Rio de 2016, qual é a sua expectativa de público e aceitação com relação ao filme?

Roberto Birindelli – Acredito que é um relato de uma mulher forte, em épocas de empoderamento, pode dizer muito, não só ao universo feminino, mas à maneira feminina de se ver a vida

Jandir Ferrari – Fiquei bastante impressionado com a sensibilidade do filme , seus tempos, sua delicadeza. Acho que isso é o que pode impulsionar uma boa platéia e levar i filme a ter um bom público. O fato de ser uma co-produção também traz uma curiosidade que pode ajudar com a platéia também. Por isso minha expectativa é de um bom público

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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