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“Muito romântico”, com referências de Jean-Luc Godard, chega aos cinemas

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Dirigido, roteirizado, produzido e atuado por Melissa Dullius e Gustavo Jahn, “Muito romântico” traz as aventuras de um casal de artistas brasileiros que cruza o oceano Atlântico para tentar a vida em Berlim, na Alemanha. Mas, engana-se quem pensa que o filme é uma narrativa convencional. Com referências ao cinema vanguardista de Jean-Luc Godard e Julio Bressane, o longa usa recursos simples e originais para revelar memórias, experiências, desejos e fantasias, combinando música, pintura, literatura, fotografia e experimentos cinematográficos em 16mm para construir uma visualidade altamente impactante. É com a utilização desses aparatos que a produção propõe ao espectador muito mais do que uma história contada nas telonas, é uma experiência estética de um representante do cinema de invenção*. (obs. “Cinema de invenção” segundo Jairo Ferreira. Nos identificamos bem mais com o conceito tropical do que com o cinema experimental aos moldes norte-americanos e europeus)

Muito bem recebido pela crítica no Festival de Berlim em 2016, onde teve sua estreia mundial, o filme também aguça o interesse do público no exterior, que se identifica com tema da imigração e na forma como ela é tratada no longa: de maneira pessoal, emocional e subjetiva. O filme foi rodado ao longo de nove anos, começando com a viagem de navio até a capital alemã. “Levamos quase 1⁄4 das nossas vidas para completar o filme. Uma jornada do Brasil até Alemanha que nunca vai acabar e que continua a afetar nossas vidas e nosso trabalho. Finalmente, encontramos resposta para a pergunta infinitamente repetida: “Por que vieram para Berlim? Para fazer um filme.”, declaram Melissa e Gustavo.

A história é dividida em três atos: a travessia é o momento de contemplação, em Berlim vemos a cidade através de imagens que a própria dupla produz, pontuadas por comentários deles e de seus amigos. Mas é principalmente na intimidade do quarto do casal que vida e cinema tornam-se uma mesma coisa. “Uma dupla de imigrantes num país estrangeiro, começando de novo, tendo apenas um ao outro. Dividindo descobertas e medos, a alegria e as incertezas que fazem parte do processo de crescer juntos – como artistas. Microcosmos expandindo-se no grande cosmos”, explicam os diretores.

Depois da travessia de barco, a trama do longa se desenvolve a partir da chegada a Berlim e à nova casa, lugar transformado no centro do próprio universo do casal. “De certa maneira, é o trabalho nos nossos filmes que dirige as nossas vidas, é o que nós colocamos à frente de todo o resto, ainda que recentemente tenhamos chegado ao ponto no qual, pelo menos às vezes, é importante inverter a ordem, colocando a vida antes do cinema. No fim, é como um diálogo: o cinema fala A e a vida responde B e assim em diante até que não se sabe mais de onde veio o impulso. Esse é o tipo de vida e processo de trabalho que nós imaginamos juntos e é também simplesmente o nosso jeito de fazer as coisas”, completam Melissa e Gustavo.

“MUITO ROMÂNTICO” é uma corrente que conduz corações e mentes. Uma reorganização lúdica de experiencias, memórias e fantasias numa viagem que transcende o tempo e o espaço.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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