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No universo dos heróis, “Mulher Maravilha” põe as coisas no trilho

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Por Rafaelo Salles:

É praticamente consensual: os fãs de super heróis não aguentam mais filmes de origem. Uniformes improvisados, a lenta descoberta e adaptação aos poderes recém adquiridos, tudo isso já se tornou cansativo depois de tantas novas franquias e do frequente reboot pelos quais passam. Mas “Mulher Maravilha” é um filme de origem mais do que necessário. Trata-se da apresentação oficial da maior super heroína de todos os tempos, o terceiro pilar que completa a idolatrada trindade da DC/Warner. E graças ao trabalho da diretora Patty Jenkins e sua equipe, essa apresentação foi muito bem feita e consolida a Mulher Maravilha como a personagem mais sólida do estúdio.

Antes de tratarmos do filme em si, é imperativo ressaltar o cenário de grande pressão em meio ao qual ele foi lançado. “Homem de Aço” (2013) e “Batman V Superman – A Origem da Justiça” (2016) dividiram opiniões e, apesar de bilheterias razoáveis, deixaram claro que a DC/Warner ainda estavam devendo aos seus fãs. O trailer precoce de “Liga da Justiça” – que só estréia em novembro – pouco fez para deixar os fãs e críticos seguros de que o estúdio havia aprendido com seus erros. Em paralelo a isso, a campanha de marketing de “Mulher Maravilha” estava em curso, com bons trailers e spots, fomentando expectativas. Ok, sem mais delongas: considerem as expectativas muito bem atendidas!

Jenkins acerta na escolha de um tom clássico de aventura para “Mulher-Maravilha”. As origens da princesa Diana são exploradas com muita clareza, dinamismo e fluidez, dignos do primeiro longa metragem estrelado por uma heroína dos quadrinhos. O público é capaz de se conectar com a vocação heroica da protagonista que se faz presente desde a infância. Essa vocação acaba dando o tom da relação dela com sua própria mãe, a rainha Hipólita (Connie Nielsen) e tia, a general Antíope (Robin Wright). No papel de Steve Trevor, interesse amoroso de Diana, Chris Pine ajuda a criar mais uma conexão emocional, enriquecendo e dando a profundidade necessária para que embarquemos na história. Além de servir como principal elo de Diana com a humanidade, Trevor também é responsável por algumas boas risadas em momentos de alívio cômico do longa.

Gal Gadot pode não ser a Mulher Maravilha perfeita, mas, adaptando um jargão de memes da internet, é a Mulher Maravilha que você respeita. Longe de ser uma boa atriz (também não é um desastre, apenas razoável), Gadot encarna com propriedade a princesa guerreira inundando a telona com carisma, beleza e heroísmo. A direção de Patty Jenkins colocou a jovem atriz no caminho correto de uma amazona descobrindo o “mundo dos homens” imerso nos conflitos da primeira guerra, mas sem jamais esquecer sua força ou ser ofuscada pela boa atuação de Chris Pine. As sequências de ação são muito bem montadas, empregando um recurso do qual Zack Snyder é fã, a câmera lenta enaltecendo lutas bem coreografadas. Tudo isso com a princesa Diana no foco de toda a ação.

Um destaque a mais fica para o primeiro ato do filme, que se passa todo em Temiscira, retratando a infância, juventude e treinamento de Diana. O reino das Amazonas contrasta bastante com a estética do universo DC apresentado até agora: uma belíssima construção de um mundo colorido, repleto de vida, natureza e belas paisagens. Ah sim, e amazonas! Elas são muito bem apresentadas como as guerreiras implacáveis. Todo o conjunto formado por um exército de mulheres com armaduras, empunhando armas em ótimas coreografias, aliadas aos cenários bucólicos realmente impressiona. Talvez fique aqui uma crítica, já que fica uma sensação de que Temiscira poderia ter mais tempo de tela.

“Mulher Maravilha” é, essencialmente, um filme heroico. Uma aventura em todo seu potencial, desenhada sob os moldes da jornada clássica do herói. A narrativa é leve e inspiradora, sem tentar expandir o universo além do que é necessário. Feminina e cativante, a Mulher Maravilha de Gal Gadot usa e abusa de sua força – no sentido mais amplo do termo – para colocar o universo cinematográfico DC/Warner de volta nos trilhos.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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