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Novo filme de Gabriele Muccino, “Sobre viagens e amores” chega aos cinemas

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Por Rafaelo Salles: 

Em “Sobre Viagens e Amores”, o jovem italiano Marco (Brando Paccito), afundado nos questionamentos sobre que caminhos tomar em sua vida, decide fazer uma viagem aos EUA. Inesperadamente, Marco descobre que terá a companhia de Maria (Matilda Lutz), a típica menina chata da escola, cuja beleza se esconde por trás de atitudes quase histéricas e um grande par de óculos – que são abandonados tão logo o diretor Gabriele Muccino julga que essa idéia foi devidamente transmitida ao público. As dinâmicas de relacionamento ganham um nível maior de complexidade quando eles descobrem que seus anfitriões americanos são Matt (Taylor Frey) e Paul (Joseph Haro), um casal gay.

A direção de Muccino tenta fugir dos clichês típicos de road movies e até consegue fazê-lo com certo sucesso. As interações entre os quatro personagens é bem equilibrada, permitindo que suas histórias e dramas particulares venham à tona, mesmo que, nem sempre satisfatoriamente. O flashback dramático que conta como Matt e Paul se conheceram daria um filme à parte. A carga emocional é valorizada pela boa atuação de Frey, um dos poucos atores do universo teen que consegue traduzir emoções de forma minimalista.

Mas “Sobre Viagens e Amores” erra feio justamente no quesito interpretação. O ator italiano Brando Paccito, que é o fio condutor de todo o filme, entrega uma atuação pobre e monótona, digna de “Malhação”. Esse aspecto fica evidente no salto de qualidade percebido a partir do momento que Maria, Matt e Paul entram em cena. Quanto à personagem de Matilda Lutz, a pressa em acelerar a evolução dos relacionamentos também prejudica bastante. Maria, inicialmente homofóbica, um dia após um discurso inflamado contra seus anfitriões, já se vê disposta a aceitar a condição do casal.

De uma maneira geral, a história perde o fôlego por volta de uma hora de filme. A essa altura, nos vemos às voltas com contextos pouco elaborados, como Marco incentivando Paul a largar sua carreira burocrática para seguir o sonho de treinar cavalos, alternados com boas promessas de guinadas no roteiro – que ficam na promessa.

Seja como for, “Sobre Viagens e Amores” tem um apelo comercial grande, podendo, inclusive, não ser vendido como um filme independente italiano, o que já levanta preconceitos por parte do grande público brasileiro. Sem arriscar muito e tentando evitar a obviedade de um romance adolescente, Gabriele Muccino nos deixa com a sensação de que poderia ter ido muito mais fundo em questões relevantes, mas optou por velejar pela superfície de um mar mais calmo e hollywoodiano. O que, não necessariamente, é um mérito.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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