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Opereta musical retorna ao Espaço Cultural Furnas, em curta temporada

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A opereta musical foi montada no ano de 2015, em comemoração aos 80 anos desde que foi escrita e 30 anos depois que Marília Pera e Grande Otello gravaram um disco com as belíssimas canções de um dos maiores compositores da década de 30. Além de homenagear um dos mais talentosos cariocas de toda MPB, “A Noiva do Condutor” se destaca por ser uma espécie de síntese das características de um dos maiores nomes da nossa musica.

A opereta conta a história de um condutor de bondes (Joaquim), que se faz passar por um advogado para conquistar o coração de sua amada Helena. Com a oposição do pai de Helena ao referido namoro, Joaquim se mete em algumas peripécias para alcançar seu objetivo: casar com sua amada. O enredo coloca em xeque os valores morais dos personagens, revelando o apego ao dinheiro e ao status social. Com humor e fina ironia, características fundamentais de toda a sua obra, Noel cria uma opereta tipicamente carioca onde os valores mudam a todo instante, de acordo com a conveniência do momento.

Nesta obra de inegável valor histórico, o espectador encontrará vários discursos muito comuns em nossa sociedade atual, como choque de gerações, diferenças de classes sociais (rico-pobre), desvalorização e preconceito contra um trabalho sem status social, a hipocrisia e a utilização de máscaras sociais. A montagem traz as excelentes canções de Noel Rosa, ao mesmo tempo em que contribui para uma discussão sobre o teatro musical contemporâneo.

NOEL ROSA e “A NOIVA DO CONDUTOR”

Noel Rosa (1910-1937) viveu 26 anos e, neste curto período de tempo, compôs cerca de 300 canções. Em 1935, ao voltar de um período de tratamento de saúde em Belo Horizonte, foi contratado para o cast da Rádio Clube do Brasil para cuidar da discoteca, escrever sketches humorísticos, texto publicitários, além de adaptações e paródias de óperas famosas, prática muito em voga nas rádios do Rio de Janeiro na época. A ideia consistia em escolher uma música de compositor conhecido e colocar uma nova letra em português que tratasse de assuntos do cotidiano ou da política da época. Foi o caso de “O Barbeiro de Niterói”, por exemplo. Diferente das demais paródias operísticas, “A Noiva do Condutor” tem enredo e músicas originais escritas por Noel Rosa e Arnold Gluckmann.

O somatório de quase 300 músicas, com vários pontos que permitem costurá-las e dar-lhes unidade, em seu conjunto, constitui uma verdadeira obra, fruto de aproximadamente oito anos de trabalho, que vai de 1929 até o ano de sua morte, em 1937. Iniciava-se, por volta de 1930, uma demanda no primário mercado de música no Brasil, principalmente no eixo Rio – São Paulo, o que contribuiu para que muitos compositores de música popular compusessem com mais regularidade, dentre eles Noel. Gravadoras, como a Victor, produziam e vendiam os discos para um público consumidor que se formava; e veículos de comunicação de massa, como o rádio, jornais e revistas, tratavam da veiculação e promoção das músicas e seus autores.

Serviço:
Opereta musical
Dias 20, 21, 27 e 28 de maio
Sábado às 20h e Domingo às 19h
Local: Espaço Cultural Furnas (Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo)
Entrada Franca – Distribuição de senhas 1 hora antes do começo do espetáculo
Lotação: 120 lugares
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos

Foto: luciana Correa

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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