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Produção nacional, “O Rastro”, segue a linha do terror psicológico

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O Brasil tem inúmeros problemas no que diz respeito ao uso e aplicação do dinheiro público e quem sofre com a má administração é o povo. Uma das áreas que mais sofre é a saúde pública. A situação é tão assustadora que deu até tema de filme de terror.

O longa da Imagem Filmes, “O Rastro”, conta a história do médico João Rocha (Rafael Cardoso), responsável por supervisionar a transferência de pacientes em um hospital público que vai fechar por falta de verba. Na noite das mudanças, uma das pacientes, a menina Julia (Natália Guedes), não consegue ser encontrada. Atormentado pela culpa, João embarca em uma busca frenética pela garota, mas o que parece ser um erro administrativo, é na verdade uma grande conspiração.

Em sua busca pela jovem paciente, João explora o hospital em ruínas. O que parecem ser alucinações do médico e sua mente perturbada tomada pela fixação em encontrar respostas, acabam se tornando verdadeiras assombrações do fantasma de Júlia. Os famosos “jumpscares” são usados em abundância durante o filme. O diretor J. C. Feyer demonstra essa e outras inspirações em produções norte-americanas no decorrer do longa, como por exemplo, o uso de computação gráfica em cenários e personagens para torna-los ainda mais horripilantes.

Mas o que incomoda no longa, não é a figura de um hospital caindo aos pedações, corpos encontrados ou pombos morando em uma das alas abandonadas, é a insana falta de respostas e de algo que amarre todas as questões levantadas durante a trama. A sinopse propõe uma busca insana de um médico, mas o que poderia ter sido um inteligente terror psicológico vira um clichê mergulhado nos sustos baratos espalhados até o fim do segundo ato. Pior ainda, foi na introdução da parte final, o foco muda completamente e a obra se torna uma denúncia ao sistema político do Brasil.

O que se pode salvar na história, são as performances dos atores, que apesar de terem falas forçadas e estranhamente construídas, ainda conseguem retratar da melhor maneira possível seus papéis.

Foi a mudança drástica no teor da narrativa e a ausência de tantas respostas que o filme tinha a obrigação de responder a fim de fazer sentido, que levou por água baixo o enredo. O que pode se dizer é que “O Rastro” foi um investimento interessante em produções brasileiras que fujam das comédias pastelão tão repetitivas que vem dominando o mercado nacional. O visual e atmosfera sombria foi criada como em produções respeitadas em todo o mundo e certamente provocará um impacto no público, que sai da sala de cinema sabendo que o verdadeiro vilão deste suspense não são espíritos ou demônios, mas sim o sistema público de saúde brasileiro.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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