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A importância e a representatividade da Mulher Maravilha na história mundial

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O ano era 1941, o mundo atravessava a Segunda Guerra mundial, jovens soldados idealistas se alistavam com o intuito de se tornarem os heróis que eles viam nos filmes da época (Errol Flyn e Humphrey Bogart eram exemplos de protagonistas fortes) e também nos quadrinhos. Em suas mentes, ao desembarcarem no conflito eles se tornariam invencíveis como o Superman ou com o preparo igual ao do Batman.

Porém é necessário ressaltar o outro lado da moeda, em 1942 haviam dois principais tipos de funções sociais os quais as mulheres poderiam desempenhar para ajudar nos esforços da guerra, enfermeiras da cruz vermelha para auxiliar na ajuda aos feridos ( muito comum na Londres bombardeada pelos alemães) e como operárias nas fabricas.

Katherine HepburnNo campo da ficção o cinema já se encontrava um pouco mais democratizado (ainda que o papel de protagonista maior estivesse nas mãos de homens), Katherine Hepburn que já havia ganho um Oscar, mostrava-se uma protagonista de fibra em seus filmes e na vida pessoal, lutando por direitos mais igualitários para as mulheres.

Já no quadrinhos o cenário era bem mais desanimador, o protagonismo estava reservado a heróis fortemente masculinizados e às personagens femininas restava a posição de interesse amoroso do mocinho (Lois Lane) ou vilã (Mulher Gato). Até então a única protagonista real tinha sido a personagem Sheena, em 1937 e ainda assim ela fora concebida para ser uma versão feminina do Tarzan.

O mercado só sofreu seu real baque quando o psicólogo William Moulton (o criador do polígrafo) criou uma personagem a partir de uma sugestão de sua esposa, Elizabeth, quando o mesmo admitiu que queria um fazer um novo personagem que não precisaria recorrer à violência a resposta foi apenas: “ Bom, mas faça-lhe mulher”.

Amazona, princesa, embaixadora da paz, membro fundador da Liga da Justiça e heroína. Com o passar das décadas a Mulher Maravilha veio a receber inúmeras alcunhas honrosas, entretanto, talvez seu maior mérito tenha sido simbolizar a evolução de como as HQ´s retratavam as mulheres no decorrer dos anos. O que implica em belos momentos que marcaram a história mas também em alguns outros vergonhosos.

MM justicaHá começar pela sua introdução a antiga Sociedade da Justiça (uma espécie de pré Liga da Justiça) aonde sua posição se limitou ao cargo de secretária, enquanto os heróis saiam para salvar o mundo até chegar nos polêmicos traços de Frank Cho, em 2016, que vinham a colocar a personagem em posições sexualizadas nas capas das HQ´s.

No entanto, suas glórias viriam a ser mais radiantes que as polemicas. Seus poderes e independência, em épocas mais machistas, serviram para inspirar a criação de outras protagonistas e alça-la ao símbolo de resistência perante um patriarcado secular. Sua posição como embaixadora das amazonas no mundo dos homens a colocava em um posto no qual as mulheres perceberam que poderiam mudar a política de seu país e do mundo, não mais tendo que depender dos homens para liderar.

Até mesmo sua opção sexual já foi debatida em alguns momentos ( mesmo que não muito aprofundado ainda), por também representar o conceito das divindades gregas Diana não estaria reservada a uma única opção sexual, ela teria a liberdade de se envolver com quem quisesse.

Diana PrinceEm 2016 a ONU decidiu empossar a Mulher Maravilha como sua embaixadora honorária para o empoderamento das mulheres e meninas, entretanto a mesma decidiu voltar atrás após diversos protestos online surgirem. Isso, porem, não tira o brilho da mesma ter sido o primeiro personagem feminino fictício a conseguir o titulo.

Diana Prince mostrou durante toda sua trajetória desde o momento da sua concepção, nascida da sugestão de uma mulher, até sua consolidação na industria de quadrinhos que sua importância transcendeu as limitações da ficção. Seu poder como super heroína se torna aparente nas pequenas coisas do dia a dia, como nas crianças querendo disputar para quem será a Mulher Maravilha na brincadeira, na jovem que não aceita ficar em um relacionamento abusivo ou na mulher que se ergue contra as diferenças de salário e direitos no mercado de trabalho.

Pode ser que a pessoa nunca tenha lido uma história da personagem ou sequer saiba quem seja, mas é nas suas lutas diárias que ela presta a maior homenagem possível para uma mulher que é muito mais real do que se imagina.

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