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Últimas dias de exposição com obras da Fundação Edson Queiroz

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A Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, recebe, até o dia 18 de junho, a exposição VIRAGENS: arte brasileira em outros diálogos, um recorte da coleção da Fundação Edson Queiroz, um dos acervos mais importantes do país. O conjunto de 75 obras reúne trabalhos de artistas como Alfredo Volpi, Candido Portinari, Mira Schendel e Anita Malfatti. Em cartaz desde março, a mostra já recebeu mais de 16 mil visitantes.

Com curadoria de João Paulo Quintella, Laura Cosendey, Marcelo Campos e Pollyana Quintella, e projeto expográfico de Hélio Eichbauer, a exposição nasceu com o intuito de construir diálogos múltiplos que perpassam alguns capítulos da arte brasileira, com obras produzidas entre 1913 e os anos 1980. Entre os destaques, está a emblemática pintura de Lasar Segall, Duas amigas.

A seleção é constituída por núcleos que apresentam abordagens mais amplas do que os convencionais movimentos e cronologias da história da arte, identificando obras que se relacionam às discussões da forma, aos referenciais da cultura, aos interesses psicológicos e a outros atravessamentos possíveis, observando não só a influência de um artista sobre seus sucessores, mas, antes, as evidências de que arte e sociedade são indissociáveis.

“Desse modo, podemos pensar em transversalidades, em relações diretas ou ambíguas, nas quais a proximidade formal, cromática e conceitual das obras as torne pontos de viragem muitas vezes fora da sincronicidade de época e escola, sublinhando diacríticos, pontos fora da curva na relação da própria produção artística”, explica o curador Marcelo Campos.

Segundo ele, “ponto de viragem” é a expressão que evidencia o momento quando duas substâncias se afastam do ponto de referência. “Há vários indicativos dessa condição, a cor, a mudança matérica. Aqui, acreditamos que a arte pode ser observada de modo análogo, em que artistas e obras passam a não coincidirem com seus referenciais, alterando-os, subvertendo-os”, salienta.

Cada núcleo da exposição apresenta uma ou mais interlocuções, configuradas por trabalhos que possam refletir sobre as mudanças na história da arte brasileira e sobre as possibilidades de criação, diante das próprias vertentes constitutivas das obras que, com isso, permanecem firmemente históricas.

Assim, a Crucificação, de Vicente do Rego Monteiro, pode ser confrontada com a Madonina, de Victor Brecheret ou, mais a frente, também o caráter substancioso de Mira Schendel e Frans Krajcberg, a melancolia nos retratos de Ismael Nery e no busto de Maria Martins, as abstrações de Samson Flexor e Antonio Bandeira, o cinético de Abraham Palatnik e o plano ágil de Luiz Sacilotto.

“Tornou-se evidente, para nós, que uma mesma obra poderia se encaixar em narrativas variadas e percursos múltiplos. Aquilo que o antropólogo Néstor García Canclini ressaltou, no contexto mais amplo da América Latina, como ‘um modernismo exuberante no âmbito de uma modernização falha’, rodeado de contrassensos produtivos. Com tais diálogos e diacronias, propomos um olhar dinâmico para a arte brasileira que não se inscreve só por meio de sucessões. Com isso, resta-nos observar fissuras, fendas, hiatos e brechas por onde circula o ar, renovando o fôlego da história da arte”, salienta Marcelo Campos.

Serviço
Exposição: “VIRAGENS: arte brasileira em outros diálogos”
Visitação: de 25 de março a 18 de junho
de terça a domingo, das 10h às 20h
Local: Casa França-Brasil (Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro)

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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