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Dira Paes é a convidada do ‘Espelho’

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Convidada do “Espelho” da próxima segunda-feira, dia 11, às 21h30, a atriz Dira Paes começa a entrevista contando que já se arrependeu de não ter seguido a carreira como engenheira civil. “É um outro caminho menos exposto, sua vida fica mais guardada para você, e também é um lado mais concreto… Dois mais dois são quatro, eu gosto (risos). E na nossa profissão dois mais dois são cinco, cinco e meio”, compara.

Ao longo da conversa, a paraense enaltece suas raízes, comenta a profícua carreira no cinema, mostra a sua visão política e revela que pretende morar fora. A seguir, leia trechos da conversa.

Frequência no cinema: “Quando o cinema brasileiro começou a enfraquecer com a perda da Embrafilme, durante a década de 90, eu já tinha entendido que o cinema era um nicho especial pra mim. Então, eu tenho uma felicidade de ter dado crédito pra isso na vida, de ter acreditado no cinema brasileiro. Eu tinha orgulho de fazer cinema brasileiro quando era mega-alternativo, quando isso não era chique. Hoje a gente tem um reconhecimento, pelo menos da classe artística, que fazer cinema é um privilégio”.

“2 Filhos de Francisco”: “Tem uma particularidade que acho interessante a gente falar sobre, que é contracenar com criança. Eu não era mãe na época, e tinha que contracenar com as crianças, brilhantes. Criança geralmente é brilhante na sua espontaneidade, troquei muito com o esperar o que vinha das delas pra que isso me tocasse. Como não era mãe, e era louca pra ser mãe, aquilo me comovia muito, eu não sabia se seria mãe ou não. Dona Helena é a mãe universal e eu não queria me inspirar na mãe verdadeira, mas a vida é tão curiosa que nos últimos dias de filmagem ela foi visitar o set e eu não a conhecia, só de foto. Nós nos encontramos, demos um abraço e ela falou: ‘Eu era assim mesmo’, aí puxou a filha e falou: ‘Eu era assim’, e a gente estava com o mesmo penteado. Nos abraçamos e caminhamos até o Breno Silveira, o diretor, que estava longe fazendo outro take, e quando viu nós duas chegando teve uma comoção. Ali a gente percebeu que a gente sente essa alquimia de uma energia, que tá acontecendo, de alguma coisa legal, essa alquimia vem pra equipe toda que está filmando, e isso é muito bom quando pinta no set”.

Representatividade feminina: “Estamos caminhando pra dar uma mudança geral do que é uma postura do feminismo no dia de hoje, vivemos num mundo de desigualdade, pensando por que a mulher do século XXI ainda vive à sombra. A gente ainda falar de igualdade de gênero, isso é tão atrasado e antigo isso. O filme “Mulheres no Poder” é um grande deboche, o mundo é todo dominado pelas mulheres, tem uma sátira sobre isso, mas ao mesmo tempo a gente mostra que a desonestidade e a corrupção independem de gênero.

Pará: “O Pará faz parte da minha existência como um todo, o Norte é muito esquecido. Geralmente se fala do Norte pensando num Nordeste. O Norte é uma Amazônia inteira, que trago nos meus braços. É inevitável falar das minhas origens e eu gosto de falar, lembrar que a Amazônia existe. Gosto de ser representante deste lugar que eu venho, das minhas raízes”

(ao fim da entrevista) “É uma região linda, um Brasil que o Brasil não conhece. As pessoas não têm ideia desse Brasil maravilhoso e plural e lá você tem as raízes. O Pará ainda se mantém vivo na culinária, nos perfumes de como era há 500 anos atrás. O Pará é muito o Brasil primeiro. Eu gosto muito das palavras únicas que existem lá, da herança dos índios e das lendas, e dessa Amazônia encantada. Amo ser paraense”.

 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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