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Amityville: O Despertar e os clichês já aguardados pelo público

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Uma casa enorme, mobiliada e recentemente reformada com um descontão deve causar desconfiança nas mentes mais alertas, certo? Afinal, se os filmes ensinaram alguma coisa é de que certamente algo terrível aconteceu ali. Na cidade de Amityville, de tempos em tempos alguém se muda para a casa número 112, na Ocean Avenue. Enquanto o preço baixo parece uma oferta irrecusável, a série de assassinatos, que aconteceu ali em 1976, manchou as paredes de sangue e enclausurou espíritos e demônios no porão do local. Em Amityville: O Despertar, mais uma família enfrenta os boatos sobre uma maldição e decide se mudar. O novo longa da Paris Filmes é um clichê que não consegue prender o público, ao contrário de todas as almas mortas lá, que ficam presas para sempre em um ciclo que se repete a cada 40 anos.

Belle (Bella Thorne) se muda com a mãe Joan (Jennifer Jason Leigh), a irmã mais nova Juliet (McKenna Grace) e o irmão James (Cameron Monaghan), que se encontra em estado vegetativo devido a um acidente que sofreu. Ele é a principal razão pela qual a família toda se mudou para perto da tia Candice (Jennifer Morrison), a fim de recomeçar do zero. Na escola, Belle sofre bullying por causa da casa onde mora, mas isso na verdade atrai a amizade de dois colegas aficionados pela história de horror que aconteceu no local. Os amigos explicam a Belle o que aconteceu na casa, e quando James, milagrosamente, começa a se recuperar, ela sabe que não é uma dádiva divina que os abençoou com a saúde restaurada.

A nova tentativa de recontar a história da pacata cidade onde um assassino matou a sangue frio todos de sua própria família na casa em questão, infelizmente falha como no remake de 2005. Inclusive, na nova versão, há uma cena em que Belle e seus amigos se reúnem para assistir a uma das adaptações cinematográficas do longa, e o garoto, amigo de Belle, leva os dvds da versão original de 1979 (o prequel), e quando chega no remake de 2005, ouve as garotas vetarem a versão estrelada por Ryan Gosling com um veemente “remake, não, que droga”. Ou seja, se até mesmo os personagens do longa não colocam fé em remakes o suficiente para fazerem brincadeira com o fato de serem mais um remake, por que o público depositaria suas esperanças neste recomeço?

Além da brincadeira infame, o diretor e roteirista Franck Khalfoun poderia ter sido mais cuidadoso com sua ideia. A fraqueza do enredo desmorona com uma direção preguiçosa e que repete recursos frequentes como os jumpscares antecipados por um longo silêncio. Os pesadelos de Belle não ficam só cada vez mais perturbadores, ficam desconexos com qualquer fato do filme, principalmente quando vê a própria mãe nua ao lado da cama de hospital do irmão. A frequência da inutilidade de cenas como essa, juntamente a furos no roteiro e fatos sem explicação como o quarto vermelho escrever em si próprio às 3:15 as palavras “Mate à todos” e apagá-las logo em seguida, mas quando Belle visita o local numa tarde qualquer, as palavras já estão lá, é a razão pela qual o filme falha.

É difícil de entender o porquê de continuarem a insistir na história de Amityville com os mesmos truques para assustar, e os mesmos pontos no roteiro que deixaram de ser clássicos do terror, para se tornar simplesmente clichês já aguardados pelo público. As falhas estruturais quase perdoam a atuação sem sal do antagonista Cameron Monaghan e da mãe, Jennifer Jason Leigh, fazendo inclusive surgir o questionamento de como Bella Thorne foi escalada para o papel principal dessa produção. O que se pode dizer de Amityville: O Despertar é que não faz o público acordar animado ou assustado, muito pelo contrário, o faz bocejar de tédio.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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