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Muitos “jump scares” em Sobrenatural, com direção de James Wan

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Por Rafaelo Salles

O Diretor James Wan e o escritor Leigh Whannell podem ser conhecidos como a dupla criativa por trás do pontapé inicial da franquia Jogos Mortais, mas foi em Sobrenatural que eles abraçaram definitivamente o gênero do horror. Nada de sangue, vísceras ou armadilhas letais. Somente uma casa velha e assustadora, um clima sombrio e perturbador e uma grande quantidade de “jump scares”. Quando foi lançado em 2010, essa receita garantiu a Sobrenatural o posto de filme mais assustador feito em anos pela crítica internacional.

Em sua grande parte, o filme se mantém dentro do estilo de terror dentro de uma casa mal assombrada, com uma boa dose de inspiração em clássicos como Poltergeist e Horror em Amityville. Na trama, o casal Josh (Patrick Wilson) e Renai (Rose Byrne) se mudam para uma antiga casa com seus três filhos. Conforme a família vai se ajustando à nova morada, Renai começa a notar eventos estranhos na casa. O filho mais velho, Dalton (Ty Simpkins) também parece perceber algo sinistro rondando espreitando nas sombras. Ao explorar o sótão, Dalton se assusta, bate a cabeça e não acorda mais. O casal busca ajuda médica, mas ninguém sabe explicar o coma do garoto. A busca por respostas leva a uma revelação tenebrosa: o espírito de Dalton está perdido em um plano sobrenatural e seu corpo “vazio” é um grande chamariz para demônios e espíritos malignos que buscam retornar ao mundo dos vivos.

Usando diversas técnicas conhecidas, Wan entrega sustos distribuídos ao longo de toda a história. Mas não podemos limitar Sobrenatural  a uma sequência bem feita de sustos. O que se vê é uma ótima construção de todo um clima sombrio, com toques bizarros e grotescos, com movimentos de câmera lentos, que fazem o espectador afundar as unhas no sofá, enquanto espera pelo pior. Em um gênero onde muitos filmes só se baseiam nos “jumps scares”, Wan mostra que em Sobrenatural , eles são só mais um elemento. O terror experimentado é muito maior que apenas sustos.

Apesar da boa história, Sobrenatural soa familiar em termos estruturais, o que não necessariamente é algo ruim. Imagine um chef de cozinha renomado preparando uma receita básica. Só porque ela é simples, não quer dizer que não possa ficar incrível nas mãos corretas. Mesmo sem romper barreiras, James Wan e Leigh Whannell merecem aplausos. Como já mencionado, todo o horror sobrenatural da história é muito bem desenvolvido, garantindo as bases para os medos que o diretor e roteirista querem transmitir. E isso tudo sem um orçamento milionário! Em entrevistas, Wan chegou a comentar os desafios de se trabalhar com orçamentos limitados, que o forçam a ser criativo. Pode-se dizer que essa criatividade está presenta na direção de Sobrenatural: onde outras produções lançariam mão de efeitos especiais, o diretor optou pelo uso diferenciado de ângulos de câmera e sombras para inspirar o medo.

Disposto a mostrar que filmes de terror não precisam ser necessariamente sangrentos, Sobrenatural simplesmente funciona. O horror que espreita nas sombras vai fazer seu sangue correr mais rápido nas veias e os sustos, provavelmente, vai faze-lo congelar por alguns segundos também.

 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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