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AMOR SEM FIM POR FILIPPO PITANGA

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Já não é a primeira vez que um romance clássico ganha adaptação moderninha e teen nas telonas. Vide Romeu+Julieta de Baz Luhrmann (proveniente do original de Shakespeare), ou Segundas Intenções (interpretação livre de Ligações Perigosas, o livro de Pierre Choderlos de Laclos e o filme de Stephen Frears)… Pois Amor Sem Fim (Endless Love – 2014, de Shana Feste) foi adaptado do romance homônimo do premiado Scott Spencer, outrora convertido em película em 1981 pelo mestre italiano da beleza de época e de sensuais amores eternos e shakespearianos: Franco Zeffirelli (e que contava com a musa daquele período Brooke Shields).
 

 

Esta nova versão também conta com rostos imberbes e bonitos, e, quase como se quisesse agradar o público cativo das várias adaptações contemporâneas do escritor pop Nicholas Spark, cria uma aura inocente e lúdica de moral abstrata e idílica… É, pois, que Sparks se especializou em romances mamão com açúcar, muitos deles protagonizados na tela grande pelo ícone eterno adolescente Zac Effron (dos High School Musical da Disney).
 
Não que todo romance do escritor seja ruim; há exceções, como Diário de Uma Paixão. Porém, ainda assim, comparar a pena sensual e emocionalmente dolorosa de Scott Spencer com o genérico Sparks é injusto, mas é nisso o que sem querer reduz o texto a diretora e aqui também roteirista (a quatro mãos com Joshua Saffron, proveniente de seriados). Na verdade, o filme em si seria inofensivo e romanticamente passável, não fosse a atuação dos pais da moça (a belamente insossa Gabriella Wilde), refletindo o desgaste de qualquer casal pelo passar dos anos e problemas, hipoteca, seguro social etc, na pele dos atores maturados Bruce Greenwood (ator fetiche do indie Atom Egoyan) e Joely Richardson (mais lembrada pela série Nip/Tuck, porém com pedigree como filha e sobrinha das oscarizadas Vanessa Redgrave e Lynn Redgrave, e irmã da ora saudosa Nathasha Richardson). É este casal que empresta credibilidade à oposição de gerações e crenças diferenciadas ou desgastadas no amor cego e temerário da adolescência, que pode despertar tanto admiração e inspiração quanto ódio e temor. – como antagonistas sem apelar para clichês, principalmente o pai a trabalhar uma patologia inerente ao tempo, eles desafiam a fraca direção teen e criam um diferencial para o entretenimento não ser esquecível e dão um banho nos corpos erotizados e mentes pueris…
 
Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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