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Chocolate

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Ser negro é um discurso social impossível de se rejeitar. Infelizmente, todas as críticas, preconceitos e pré conceitos ligados à esse discurso também são impossíveis de ignorar. Em “Chocolate”, o espectador tem a oportunidade de ver um artista em ascensão descobrir que uma simples cena cômica, em que um branco agride um negro, pode ter significados diferentes para pessoas diferentes.

Para isso, o diretor Roschdy Zem decide abordar a história de “Chocolate” de diversas formas. E através de Omar Sy, de “Intocáveis”, vemos o ator frustrado, o primeiro palhaço negro, o homem viciado em mulheres e jogos de azar, uma pessoa que foi alvo de críticas seja por negros, ou por brancos.

Da ascensão, do orgulho de perseguir sonhos até os xingamentos de “impostor” e “burro” da platéia. Do preconceito velado do companheiro, até cenas de dor e tortura. Omar mostra os sentimentos mais profundos de Rafael Padilha através de olhares, respondendo a pergunta se o ator seria o sucesso de um único filme.

Ele não é a única estrela. Toda a reconstrução de uma Paris do final do século XIX faz da cidade uma personagem também. Seja com as roupas extravagantes dentro e fora dos circos até as imensas construções e cartazes caricatos. Não apenas os dois, mas também James Thiérré que tem seus momentos de brilhar.

Mas o seu enredo em alguns momentos se torna cansativo, além do fato do filme sobre um comediante ter poucas cenas que realmente façam o público rir. Se já não basta, a crítica ao longa se torna o título. Durante todo o enredo, vemos Rafael abdicar aos poucos do nome Chocolate, perseguindo o sucesso solo. Parece uma contradição o título do filme de sua vida ser o que tentou com tanto afinco se desvencilhar, mesmo que tenha amado o que fez.

Sendo assim, a história de Rafael se torna apenas um background para o que o filme realmente quer contar, uma crítica social ao que vivemos hoje em dia. Com as cartas postas na mesa ao decorrer do enredo, se torna cada vez mais fácil entender por que uma parte do público fica incomodado com uma mulher sendo agredida por um homem em um pôster, ou um personagem negro sendo posto de lado.

 

Junno Sena
Junno Sena
Escritor e estudante jornalismo, mas querendo mesmo é comer croissant em frente a Tiffany's. Por falar nisso, alguém sabe para que lado fica o Restaurante no Fim do Universo?

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