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FAGNER NO VIVO RIO

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Um dos artistas mais completos e originais da história da música popular do Brasil, o cantor, compositor, músico e produtor cearense Raimundo Fagner volta aos palcos cariocas com um show repleto de sucessos e músicas do “lado B” conhecidas pelo seu público fiel.

A música feita por Fagner a partir de um texto poético psicografado pelo médium Chico Xavier vai estar no disco e no show. “Musiquei o poema e ficou muito legal, muito bonito”, exulta o artista. A gravação da música foi arranjada pelo maestro Joabe Figueiredo, músico virtuoso de Belo Horizonte (MG) que toca violão e guitarra. E que está sendo admitido na banda de Fagner. Uma banda com pegada jovem, diga-se, capaz de dar cara nova aos sucessos antigos, sempre presentes nos shows de Fagner, para a alegria de seu público fiel. “Eu tenho uma banda pop”, resume o cantor, que vai estar em cena no Vivo Rio acompanhado pela guitarra de Joabe, a bateria de Robertinho Silva, a viola de Manassés – cujo retorno à banda de Fagner, em 2013, tem sido festejado pelo público – o baixo de André Carneiro e os teclados de Marcus Vinnie, além de um trio de metais em brasa. “Mas o grande peso do show é dado pela plateia, pela participação do público”, ressalta Fagner.

“Meu público é grande e quer ouvir sucessos”, enfatiza Fagner. “Não dá para manter no roteiro somente o repertório do disco novo. Mas, nesse show do Rio de Janeiro, por exemplo, eu canto meus sucessos com atualidade sonora, com arranjos renovados”, completa o cantor. “Como meu público também quer me ver sozinho no palco, eu vou fazer nesse show de São Paulo um set solo em que posso cantar músicas que há muito deixei de cantar, em que posso cantar uma composição nova ou mesmo fazer uma releitura de uma música de outro artista. É meu momento de intimidade com a plateia”, conceitua Fagner.

Uma vez no Rio, Fagner – que debutara no mercado fonográfico em 1971 com compacto simples dividido com o artista Wilson Cirino – despertou de imediato as atenções de duas cantoras com faro aguçado para detectar compositores talentosos ainda pouco ouvidos. Elis Regina (1945 – 1982) e Nara Leão (1942 – 1989) se encantaram de imediato com a obra de Fagner, que já naquela época fazia música embebida em poesia. Um som que apresentou de cara uma visão contemporânea e original da música nordestina. Sem rótulos ou fronteiras estéticas, Fagner soube de imediato reprocessar os sons e as tradições musicais da Nação Nordestina – presidida por Luiz Gonzaga (1912 – 1989) – com uma linguagem pop que explicitava influências de Beatles e Jovem Guarda. Com seus olhos de farol, Elis logo focou Mucuripe, lançada por em show (É Elis) e disco (Elis) de 1972. Nara daria voz e prestígio a músicas de Fagner como convidada do álbum Manera fru fru, manera. Marco da MPB, este disco apresentou ao Brasil a voz rascante de Fagner, cantor dono de um timbre único.

De lá para cá, Fagner gravou 38 álbuns e vendeu mais de 20 milhões de discos. A importância dessa discografia é traduzida mais pelos nomes envolvidos na ficha técnica do que pelos números superlativos. Basta dizer que dois desses 38 álbuns foram gravados, divididos e assinados por Fagner com ninguém menos do que o icônico cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912 – 1989), tendo sido o primeiro feito por iniciativa do Rei do Baião. E por falar em parcerias, o último disco de Fagner – um registro ao vivo de show lançado em CD e DVD no segundo semestre de 2104 – foi assinado com o colega de geração Zé Ramalho. Os muitos planos de Fagner para 2016 incluem também uma possível turnê com o cantor e compositor paraibano para divulgar o projeto. “Meu show com Zé Ramalho é viável, atemporal. Nós temos responsabilidade de tocar mais esse trabalho para o público. É um trabalho com tanto potencial que, a qualquer momento que a gente resolva sair em turnê, o show vai ser feito com casa cheia”, prevê Fagner, coberto de razão.

Por ora, o foco está no show feito somente por Fagner. E a ideia é inserir no roteiro um pouco do repertório dos discos feitos com Luiz Gonzaga. “Eu saí muito cedo do Ceará, mas ‘bebi’ muito Gonzaga na juventude. Só que, quando eu vim para o Rio, comecei a me distanciar do Nordeste. Gravei com muita gente – Agnaldo Timóteo, Beth Carvalho, Cauby Peixoto, Cazuza (1958 – 1990), Chico Buarque, Farofa Carioca, Joanna, Mercedes Sosa (1935 – 2009)… Nos anos 80, eu procurei Gonzaga com a ideia de a gente gravar um disco juntos, mas, no começo, ele não entendeu muito não… Mas um pot-pourri que gravei com Gonzaga em um disco dele estourou no Nordeste. Foi aí que ele, que dava mais importância ao mercado nordestino do que ao carioca, me ligou e disse: ‘Agora eu tô na sua mão! Que é que você quer?’. Aí, através do Gonzaga, eu voltei com cargas e ouvidos para o Nordeste ”, lembra Fagner, contando como concretizou a ideia do álbum Luiz Gonzaga & Fagner, lançado em 1984 e sucedido dois anos depois por Gonzagão & Fagner (1986).

O roteiro vai ser até certo ponto flexível, já que Fagner fará no show o já mencionado bloco de voz & violão que lhe possibilitará improvisar músicas e também atender alguns pedidos do público. Mas os grandes hits nem precisarão ser pedidos, pois já estão garantidos no show. É certo que a plateia vai fazer coro com Fagner em sucessos como Canteiros (Fagner sobre poema de Cecília Meireles, 1973), Revelação (Clésio e Clodô, 1978), Fanatismo (Fagner sobre poema de Flobela Espanca, 1981), Dezembros (Fagner, Zeca Baleiro e Fausto Nilo, 2003), Noturno (Graco e Caio Sílvio, 1979), Eternas ondas (Zé Ramalho, 1980), Cartaz (Francisco Casaverde e Fausto Nilo, 1984) e Borbulhas de amor (Tenho um coração) (Juan Luis Guerra em versão em português de Ferreira Gullar, 1991), entre outros hits entremeados no roteiro com algumas novidades como a parceria póstuma com o médium Chico Xavier.

Serviço
Show: Raimundo Fagner
Dia: 17 de setembro
Horário de início do show: 22h
Abertura: 2 horas antes do início do espetáculo
Local: Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo)
Classificação etária: 16 anos
Capacidade: 2000 pessoas

Foto: Lena Trindade

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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