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É Fada!

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Poster-E-FadaCom o sucesso dos produtores de conteúdo do YouTube, os chamados Youtubers, não era de se esperar que eles logo fossem tentar a transição entre os vídeos da internet e as telas de cinema. Assim nós “ganhamos” a produção É Fada!, estrelada por Kéfera Buchmann, a jovem por trás do canal 5incoMinutos que tem um estrondoso número de quase 10 milhões de inscritos.

No longa baseado no livro Uma Fada Veio Me Visitar de Thalita Rebouças, Kéfera da vida a atrapalhada fada Geraldine, que após ser a responsável pelo fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo, acaba perdendo as suas asas. Por conta desse episódio, Geraldine é colocada em cheque com uma última missão: ajudar a jovem Júlia (vivida pela competente Klara Castanho) a se adaptar na nova escola e conseguir superar os conflitos de criação imposto por seus pais.

O resultado dessa primeira inserção das estrelas da internet ao cinema é desastrosa. O filme apresenta um roteiro vazio e repleto de furos, além sugar clichês de diversas obras que antes apresentaram a mesma temática. A direção de Cris D’Amato (S.O.S.: Mulheres ao Mar) é fraca permitindo diversos erros básicos de quebras de eixo. Esteticamente o filme apresenta efeitos especiais horrendos, fazendo um dos piores usos  do chroma key na história do cinema.

Além de uma maquiagem pobre que beira o amadorismo, como na cena em que Geraldine encontra com o chefe do mundo das fadas e ele apresenta uma prótese de orelha pontuda, claramente colocada por cima de sua orelha. O elenco secundário é muito fraco e sem expressão. Além de Klara Castanho, para o ator Silvio Guindane (Bróder) que dá vida ao simpático pai da protagonista, merece destaque pela atuação. Já Kéfera é exagerada e caricata apelando para absurdos na tentativa de fazer rir (uma das piadas recorrentes do roteiro é fazer Geraldine tirar sua varinha e outros objetos de seu ânus).

Contudo, o que podemos tirar de É Fada! é que os filmes com personalidades da internet brasileira definitivamente será algo recorrente no cinema pelos próximos anos, afinal o sucesso é eminente devido ao grande público que eles possuem. Agora eles precisam aprender a diferença entre fazer um vídeo ruim de cinco minutos para YouTube e protagonizar um filme ruim de uma hora e meia para os cinemas.

Renato Maciel
Renato Maciel
Carioca e tijucano, viciado em filmes, séries e tudo envolvendo cultura pop, roteirista e estudante de cinema, podcaster no Ratos de Cinema

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