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Premiado com o Urso de Prata de melhor direção no 66º Festival de Berlim, O que está por vir chega aos cinemas

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o-que-estar-por-viChegar aos 50 anos de idade não é ter completado dois terços da jornada da vida, ou entrar na terceira idade. Ter 50 anos é descobrir que ainda há muito a se conhecer e viver, tendo a coragem para se descobrir o que ainda há por vir. Em O que está por vir, Nathalie (Isabelle Huppert), descobre que o marido Heinz (Andé Marcon) está a traindo, e que irá a deixar pela amante. Além disso, sua mãe Yvette (Edith Scob) morre quando é deixada em um asilo, e os livros de filosofia, os quais se dedicou por tanto tempo a escrever, serão descontinuados pela editora por não venderem o suficiente. A mulher de 55 anos, então percebe o quão rapidamente sua vida mudou, mas que isso não significa o fim, mas um novo capítulo de sua história.

Nathalie começa a receber as notícias ruins vagarosamente, mas a percepção do impacto de todas as atinge de uma vez só. Seus dois filhos Johann (Solal Forte) e Chloé (Sarah Le Picard) a apoiam imensamente e ela se adapta às situações, confiando em Fabien (Roman Kolinka), seu antigo e mais prestigiado aluno – que a idolatra pela inspiração que o deu. Ele a convida para a fazenda nas montanhas onde vive com alguns amigos muito engajados politicamente e sua namorada. Ela parte para esse refúgio a fim de deixar por um tempo, as dores de sua terra natal , e retorna percebendo que todos ao seu redor tem seus momentos ruins, que mudam, e se renovam.

Este é o tipo de filme que exige ser assistido duas vezes. Uma para apreciar a história, e uma para se atentar aos simbolismos. Desde breves falas de transeuntes (como os responsáveis pela edição de seu livro) até as cores das roupas que a protagonista usa no começa (tristes e sem graça no começo, mas alegres no fim) e a transformação para quando reflete sobre seu futuro, falam sobre aspectos metafóricos da história.

As entrelinhas das manifestações também são fatos relevantes, pois a França recentemente mudou a idade mínima para se aposentar. Não só, Nathalie foi afetada por essa mudança (apesar de no filme aceitar a mudança por “estar velha demais para politicagem”), mas os jovens, seus estudantes, se inspiram em suas aulas e na situação para apresentar uma nova a oportunidade à professora. A batalha interpessoal de Nathalie vai se resolvendo, mas apenas os olhos atentos percebem que suas ações se modificam, pois ela muda.

O que se tira do filme é que sonhos são diferentes da realidade. Não há convencionalidade na vida, pois a realidade não é um longa metragem em que no final, tudo fica bem. “O que está por vir” é um drama franco-alemão que trata da liberdade da alma diante de ocorrências excepcionais. Ele mostra que a idade não é o marco que pesa na consciência, mas que são os episódios da existência que devem mover a forma como avaliamos o que o futuro pode apresentar.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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