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O confuso mundo da adolescência e a formação da sua própria identidade

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q18_cartaz_regular_30cm_300dpiA adolescência é um período difícil da vida de qualquer um, não só porque os hormônios fazem os pensamentos se confundirem na mente, mas também por causa da formação da sua própria identidade. Nadine (Hailee Steinfeld) é uma dessas jovens perdidas em Quase 18. Ela está realmente tendo uma sublime crise de identidade provocada por diversos eventos e suas consequências, mas o novo filme da Sony Pictures vai um pouco mais fundo que o clichê propõe.

O longa conta a história de Nadine Byrd, cuja única amiga desde o ensino fundamental, Krista (Haley Lu Richardson) começou a namorar seu irmão Darian (Blake Jenner). Nadine vê o amor dos dois como uma traição e se afasta deles. A mãe, Mona (Kyra Sedgwick), tem uma relação complicada com a filha, e as duas nunca se entendem. Nadine presenciou a morte do pai quando tinha 13 anos, e desde então, sua vida jamais foi mesma.

Agora, no final de seus dezessete anos e sem nenhum amigo, ela se apoia na amizade que tem com professor Brummer (Woody Harrelson) e conhece Erwin Kim (Hayden Szeto), um novo amigo em potencial. Porém a falta de habilidades sociais da protagonista se colocam à prova quando conversa com o último e tenta se aproximar de sua paixão da escola, Nick (Alexander Calvert).

A descrição e o trailer do filme parecem clichês, mas o longa em si é mais profundo do que parece. Ele mostra que por trás das atitudes estereotipadas do “irmão perfeito em todos os aspectos da vida”, “da mãe ocupada demais para cuidar da filha”, “da amiga que mudou completamente quando passou a sair com outras pessoas” e da própria protagonista perdida no confuso mundo da adolescência, existem razões, histórias e ensinamentos que normalmente não são mostrados. O filme dá uma chance desses personagens se justificarem em seu modo de viver e tratar a personagem principal.

Por outro lado, o tom do filme parece não ter sido acertado no final das contas. Há momentos em que parece que ocorrerá uma virada religiosa na trama, e em outro presume-se que se falará sobre problemas psicológicos causados por traumas. Mas descobre-se que o plano da diretora Kelly Fremon Craig foi sempre mostrar por trás de uma história já contada, um aspecto não explorado, que são as explicações dos coadjuvantes e os questionamentos das atitudes dramáticas da protagonista.

Outro fator interessante de ser notado é a trilha sonora e a forma como se encaixa na personalidade de Nadine. Ela mesma clama ser uma “alma antiga” então as músicas escolhidas para levar a melodia da obra são, de certa forma, antiquadas para uma comédia contemporânea. Todos os aspectos da cinematografia podem ser usados a favor da narrativa, e neste caso, esta regra foi bem implementada.

Apesar de Hailee Steinfeld de fato convencer em seu papel, Wooddy Harrelson interpreta seu personagem da forma humorística perfeita para a situação. Ele se destaca porque mesmo interpretando o respeitoso mentor, é o alívio cômico da tensa vida de sua aluna mais dedicada a perturbá-lo com problemas e não devolver reciprocamente a atenção que merece.

A grande lição de Quase 18 é uma interessante filosofia de vida. A reação de Nadine a todos os desafios que a vida lhe apresenta, após a morte do pai, são dramáticos por ela estar em um período nada fácil da vida, e é difícil ouvir conselhos nessa situação. O que sua mãe lhe diz, no entanto, é a motivação de toda a história e uma verdade crucial para se continuar vivendo, sem comparações aos outros: “Todo mundo tem problemas muito difíceis. Eles só são melhores em fingir que isso não é verdade”.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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