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Produção belga, “A Garota Desconhecida” é um filme de finais vazios

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Os cineastas belgas Jean-Pierra e Luc Dardenne são conhecidos por seus estilos críticos com relação a sociedade moderna e política, tudo isso baseado no ponto de vista de um determinado indivíduo. Não à toa, quando fora anunciado que seu mais novo projeto se focaria no tema de “obsessão” especulou-se sobre como eles trabalhariam com isso.

A sinopse segue-se a rotina de uma médica (Adele Haenel) em um pronto-socorro de um bairro pobre na França que, durante o fim do expediente, ouve alguém tocar a campainha do consultório, no entanto, ela não atende. No dia seguinte, descobre-se que a pessoa responsável fora encontrada morta e um sentimento de culpa toma conta da médica.

Antes de mais nada é importante ressaltar o esforço empregado por Adele em construir uma atmosfera de obsessão encima de sua personagem, a postura decidida da médica em descobrir o nome da misteriosa visitante é evidente pois a atriz cria essa mudança, de um inicio em que ela é facilmente intimidada por pacientes para um desenvolvimento em que nada consegue para-la.

Dito isso hora de ressaltar o que não funciona, há começar pela direção. Para criar um clima de construção gradativa do enredo a dupla de diretores optou pelo uso de sequencias longas para determinadas cenas, ou seja, uma única cena dura alguns minutos e o corte só surge mais tarde. Essa opção é problemática pois pouco de relevante é mostrado em cenas tão longas ( pois o intuito é revelar informações importantes perto do fim) e a única explicação para essa opção é a busca por um teor artístico.

Outra problemática são os cortes de cenas, aonde parece que algo fora retirado na pós-edição. Se determinado momento, por exemplo, a protagonista está para ter um momento dramático importante para sua construção de seu personagem e para a própria história, a cena seguinte, a coloca em outro local e diálogos desconexos com a cena anterior.

Por fim, após os créditos finais a impressão passada pelo filme é de que o roteiro e a direção poderiam ter optado por mostrarem uma realidade sobre o mundo da prostituição europeia, sobre como a obsessão de uma médica que não pôde ajudar uma garota se torna sua razão de viver ou até mesmo misturando isso tudo e desconstruindo a imagem romântica que se tem da França. Nada disso foi feito, ao contrário, o roteiro mal estruturado dá preferência à saídas fáceis, finais vazios e a falta de um “background” para a protagonista que poderia vir a torna-la mais crível.

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