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CCBB apresenta “Gisberta”, drama baseado em fatos reais de transfobia

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Idealizada por Luis Lobianco, com direção de produção de Claudia Marques, texto de Rafael Souza-Ribeiro e direção de Renato Carrera, a obra mistura política, história, música, teatro, poesia e ficção para falar de Gisberta, brasileira vítima da transfobia que teve morte trágica em 2006 no Porto, em Portugal, após ser torturada por um grupo de 14 menores de idade.

Para contar a história de Gisberta, que é praticamente desconhecida no Brasil e que é também a história de tantas outras vítimas da transfobia, Luis Lobianco interpreta vários personagens com texto concebido a partir de relatos obtidos em contatos pessoais com a família de Gis, do processo judicial e de visitas aos locais da tragédia e por onde Gisberta passou. Em cena, três músicos acompanham o ator.

“Já o Brasil, na contramão, é um dos países que mais comete crimes de transfobia e homofobia, números que não param de crescer junto com uma onda conservadora de intolerância com as diferenças. Se não conseguimos mudar as leis que não nos protegem, que a justiça seja feita no teatro, com música e luzes de Cabaré. Que venham as identidades de humor, gênero, drama, música, tragédia e redenção. O caso de Gisberta não é conhecido por aqui e decidi que Gisberta vai reviver a partir da arte e será amada pelo público.” – comenta Lobianco.

Gisberta atravessou o oceano para buscar um território livre, mas morreu no fundo do poço, afogada em ódio e água. Na ocasião o caso ganhou destaque nas discussões sobre a transfobia em Portugal e Gisberta se tornou (e até hoje é) ícone na luta pela conscientização para uma erradicação dos crimes de ódio contra gays, lésbicas e transexuais. Em 2016, dez anos após a sua morte, Gisberta foi amplamente lembrada em Portugal por meio de inúmeras reportagens. Recentemente, no dia 14 de fevereiro, Gisberta foi homenageada ao dar nome ao primeiro centro de apoio a população LGBT do norte de Portugal, “Centro Gis”, em Matosinhos, distrito do Porto.

“O mundo passa por uma grande crise de identidade: o que somos essencialmente e onde podemos viver o que somos? Refugiados podem ser inteiros fora de seus territórios sem inspirarem ameaça? Há liberdade para identidade de gênero mesmo que se tenha nascido em um corpo de outro sexo? Gays podem se amar sem exposição à violência? A reação para o rompimento com padrões sociais é uma explosão de violência cotidiana sem precedentes. Quanto mais ódio, mais a afirmação da identidade se impõe. No ar a sensação de um grande embate mundial iminente – não tem mais como se esconder no armário. Ser livre ou servir à intolerância: eis a questão.” – declara Lobianco.

“Gisberta não está em cena, o Luis Lobianco não interpreta a Gis, mas nós chegamos bem perto dela.” – conclui o diretor Renato Carrera.

Serviço
“Gisberta” com Luis Lobianco
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (Teatro III) (Rua Primeiro de Março, 66, Centro)
Temporada: 1 de março a 30 de abril. Quinta a domingo, às 19:30h
Ingressos: 20,00 (inteira) e 10,00 (meia) ou www.ingressorapido.com.br
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Gênero: Drama

Foto: Elisa Mendes

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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