- Publicidade -

Projeto #Colabora com ideias e Livraria da Travessa promovem debates

Publicado em:

Idealizado pelo #Projeto Colabora em parceria com a Livraria da Travessa, o #Colabora com Ideias promoverá ao longo de 2017 uma série de debates com especialistas de diferentes setores para discutir temas como inclusão social, sustentabilidade, racismo, feminismo, educação, cultura e saúde, entre outros. Tolerância foi o assunto escolhido para abrir, no dia 24 de abril, às 19 horas, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, a série de encontros que acontecerá mensalmente nas livrarias da Travessa do Shopping Leblon e de Botafogo. Os palestrantes do primeiro debate, “Brasil, Um País Intolerante”, são a filósofa e professora Carla Rodrigues e o psicanalista e professor Benilton Bezerra Jr. A mediação é do jornalista Agostinho Vieira.

Criador do #Colabora, Agostinho Vieira explica como a equipe do projeto chegou ao tema. “Dois motivos nos levaram a escolher a tolerância como tema do primeiro debate desta séri e de encontros que estamos realizando em parceria com a Livraria Travessa. O primeiro, é mais ou menos óbvio. A tolerância faz parte da criação do Projeto #Colabora. Está no nosso slogan: “Porque o mundo pode ser + criativo, tolerante e generoso”. O segundo tem relação com o momento que estamos vivendo, no Brasil e no Mundo. Onde as pessoas parecem estar mais exaltadas, pouco dispostas a ouvir e aceitar as diferenças”.

A escolha dos palestrantes seguiu a mesma linha de pensamento, Afinal, um dos objetivos da equipe #Colabora é não cair na armadilha de uma discussão rasa sobre o tema. “Esse foi um dos motivos que nos fez convidar a filósofa Carla Rodrigues e o psicanalista Benilton Bezerra Jr para essa conversa. Ser tolerante ou praticar a tolerância não é, necessariamente, uma ação boa, saudável. Pode ser um pouco mais complexo. Muitas vezes, o tolerante não aceita, entende e respeita o outro, ele apenas tolera, deixa pra lá, finge que não vê. Por trás da pele do cordeiro pode se esconder um enorme e intolerante lobo. Teremos uma boa discuss&atilde ;o”, prevê Agostinho.

Benilton Bezerra Jr, psicanalista e professor da Escola de Medicina Social da UERJ, defende seu ponto de vista sobre a questão. “Pensar sobre o inegável acirramento da intolerância hoje implica explorar pelo menos dois caminhos – que se prestam menos a encontrar respostas definitivas sobre o problema do que a reorganizar as perguntas em torno da questão. Um deles passa pela psicologia individual e diz respeito a tópicos como: “Que lugar o outro ocupa no processo de constituição do eu? Como se organiza a dinâmica subjetiva na qual se redesenham permanentemente as fronteiras e tensões entre identidade e diferença nas relações que estabelecemos com aqueles a quem consideramos o conjunto do “nós” e o conjunto dos “outros”? Que mecanismos psíquicos subjazem à produção de preconceitos, da xenofobia, dos fundamentalismos?”, questiona.

O segundo, de acordo com Benilton, se volta para uma análise da cena sociopolítica e nos leva a interrogações como: “Por que no mundo de hoje tantos problemas referidos a desigualdade, exploração, exclusão e injustiça são pensados como problemas de intolerância? O cultivo da tolerância deve ser difundido como um valor político em si mesmo, ou sua propagação pode implicitamente acarretar o esvaziamento da política no sentido forte do termo – como um espaço de ação em que diferenças e conflitos devem ser explicitados e abordados como instrumentos de transformação social? Que aspectos da formação social brasileira se revelam por meio desse fenômeno atual?”

Carla Rodrigues, filósofa e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/ UFRJ), acredita que a intolerância é consequência das políticas da tolerância. “Principalmente a partir dos anos 1980, tolerância se tornou um termo chave no chamado multiculturalismo. Entre os críticos do ideal de tolerância está o filósofo franco-argelino Jacques Derrida, para quem a tolerância é um conceito cristão que mantém uma hierarquia de poder entre quem tolera e quem é tolerado”. Seguindo esse raciocínio, a tolerância seria, diz ela, é um “caminho para acentuar as diferenças e negar o direito à igualdade”.

A professora cita uma pesquisa de campo feita em São Paulo, nos anos de 1990, pelo sociólogo Antonio Claudio Pierucci, que identificou no campo dos eleitores de candidatos de direita, brancos que recusaram igualdade com os negros em nome da diferença, homens que recusaram igualdade com as mulheres em nome da diferença, heterossexuais que recusaram igualdade com os homossexuais em nome da diferença. “São argumentos racistas, machistas, preconceituosos e intolerantes porque recusam a universalidade dos direitos e se utiliza da diferença para hierarquizar a vida social. O paradoxo tolerância/intolerância que se apresenta para o campo da esquerda é como abraçar a diferença que anima os discursos identitários sem abrir mão da igualdade e da universalidade”.

Serviço:
Debate: Brasil, Um País Intolerante
Palestrantes: Carla Rodrigues e Benilton Bezerra Jr
Mediação: Agostinho Vieira
Data: 24 de abril de 2017
Local: Livraria da Travessa Shopping Leblon
Horário: 19 horas
Inscrições grátis pelo link: https://goo.gl/forms/8lHVFXa6NRGiZMIy1

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -