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Larissa Manoela interpreta adolescente em crise em “Meus 15 anos”

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Algumas garotas sonham com lindas festas de quinze anos. Desde o convite até a valsa, o rito de passagem que algumas garotas participam tem de tudo, mas é principal e unicamente: memorável. Bia (Larissa Manoela) nunca teve esse sonho, mas quando seu pai Edu (Rafael Infante) ganha um concurso de shopping para ela, a menina acaba aceitando. O mais novo longa da Downtown Filmes, Meus 15 anos, conta a história dessa garota que só tem um amigo na escola, Bruno (Daniel Botelho), e descobre a popularidade ao convidar praticamente todos seus colegas para seu aniversário.

Ser jovem não é fácil. A puberdade vem descabida de proporções hormonais e de crises de identidade. A protagonista Bia, é tímida e excluída, contando apenas com a companhia de seu melhor amigo Bruno, mas para ela, isso não tem problema algum. Além de ter que sobreviver aos colegas de classe, a ex-amiga de infância ainda a usa para fazer deveres de casa, a ajudando ocasionalmente, quando os próprios amigos decidem brincar com ela. Para piorar, o ficante da ex-amiga é Thiago (Bruno Peixoto), que está no terceiro ano, e resolve fingir gostar de Bia para conseguir convites para toda a sua turma.

Baseado no livro de mesmo nome de Luíza Trigo, a versão adaptada para o cinema é um longo clichê de “garota desajeitada percebe que nunca precisou de popularidade para ser feliz, mas gostou da atenção ao longo do caminho”. é como se um episódio da eterna série da Globo Malhação, se casasse com o Diário da Princesa e gerasse um filho brasileiro divertido em certas partes, mas que leva tudo para o pessoal e aborda as mesmas questões que tantos outros filmes já fizeram: primeiro amor, primeiro beijo, amizades e transformação no visual.

Infelizmente, a sensação que o filme deixa é que se aproveitou da relevância da atriz Larissa Manoela para reforçar sua carreira na atuação e ainda a lança como cantora, já que sua personagem toca ukulelê e canta uma mesma música o filme todo sobre a fase da vida que está passando. A narrativa depende da tristeza, e identificação do público com essa solidão tão comum na adolescência, para vender ingressos, ou seja, com certeza tem a possibilidade de ser sucesso de bilheteria brasileiro. Afinal, soma-se a vontade do público jovem feminino de ser a menina em questão, com a fama de atriz mirim lançada na novela Carrossel.

Mas, nem tudo no filme é descartável. O alívio cômico ficou por conta do youtuber Victor Meyniel e Priscilla Marinho, os organizadores da festa. Toda cena em que os dois estão presentes, é garantia de risadas, não pelas piadas criadas no roteiro, mas pelo modo, como interpretam e entregam essas falas. Além da comédia, a trilha sonora é surpreendentemente boa, que tem também a presença de Anitta, que canta exatamente uma música e conversa um pouco com os personagens de destaque.

“Meus 15 anos” teve a chance de fugir do clichê, mas não resistiu a vontade de criar um triângulo amoroso, transformar a aparência de um adolescente, fazer a protagonista ter seu primeiro beijo com o garoto mais desejado da escola, dizer ao seu pai que ele não a entende e cantar algumas músicas ao longo do caminho. Apesar de nenhum dos atores sequer parecer ter catorze ou quinze anos, os temas abordados são de fato relevantes ao público-alvo dessa idade, e ensinam que o processo de amadurecimento é algo que muitos podem aconselhar, mas somente a própria pessoa pode descobrir o que significa. Assim, um grupo de jovens conquista uma lição de moral ao fim de uma jornada já atravessada em tantas outras produções, mas desta vez, protagonizado pela estrela da vez no universo brasileiro.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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