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“Terra Vermelha” coloca em pauta um conteúdo sócio-critico sobre o capitalismo empresarial

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Novo filme de Diego Martinez Vignatti, “Terra Vermelha” lança ao mesmo tempo um olhar reflexivo às questões do campo na América do Sul e uma denúncia.

O filme conta com uma grande atuação de Geert van Hampelberg, mas não é propriamente um filme de atores ou de finalidade poético-dramática. É realmente a história de tantos conflitos que convulsionam o interior do continente. A disputa pela terra, o seu uso predatório, indiscriminado e não planejado são apontados. A dicotomia entre a saúde da população local e a produtividade agrícola, com o uso de pesticidas, desenha um pano de fundo bastante legítimo para uma trama que poderia ter sido baseada em fatos reais.

A personagem de Geert, Pierre, é funcionário da indústria papeleira que derruba árvores nativas, planta pinheiros e usa agrotóxicos nos cultivos. Ele também é o treinador de uma equipe de rugby composta por jovens moradores das cercanias. Vive um amor sincero com a professora da região, que tem uma filha. O dilema de Pierre seria defender o progresso e seu ganha-pão, enquanto os indícios de envenenamento humano só aumentam e a tensão entre os camponeses, a empresa e as autoridades só cresce.

É uma questão que acontece na Argentina, mas poderia ser no Brasil. O filme é de fato importante na medida em que tira o espectador urbano da arrogância e do conforto de sua posição de afastamento e o insere agressivamente na realidade de pessoas que só querem viver em paz, mas tem seus direitos básicos relativizados, com a prevalência do capitalismo empresarial cego.

Co- produção belga-brasileiro-argentina merece destaque por seu conteúdo sócio-critico, apesar de também ser um bom produto artístico. Mais uma vez: a atuação de Geert é especial; na pele de um homem embrutecido, mas honesto e de ternura inabalada. Assim como os vários personagens secundários têm um poder de comoção muito forte, por apresentarem-se crus, sem filtros ou tratamentos que lhes tornassem artificiais – somos de fato convencidos de que estamos em zona rural latino-americana e que tudo aquilo é muito real.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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