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Diretor sul coreano, Kogonada, estreia seu primeiro filme, Columbus, nos cinemas

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Por Pedro Marques

Columbus é o filme de estréia de Kogonada, diretor sul coreano, que nos dá uma excelente amostra de que podemos ficar ansiosos pelos próximos filmes dele. O filme provoca constantemente as percepções, criando linhas de vida dos personagens, que nos fazem pensar sobre o valor dos nossos objetivos profissionais, frente às correntes que nos prendem no dia a dia, e os laços que fazemos ao longo de nossas vidas. Do mesmo modo não se perde nisso, por não se tratar de uma narrativa puramente objetiva, e assim o tema da partida e do retorno, não perde a essência de olhar com delicadeza, e mostrar diálogo após diálogo, um tempo de fala que reflete a vida real, onde o inesperado e o indizível são esperados e ditos. Por mais que seja um drama, a realidade possui um tempo próprio de enxergar cada situação, e mesmo parecendo irônico, através de certos olhares conseguimos enxergar a beleza nos momentos mais tristes.

Se transborda arquitetura modernista na cidade de Columbus (Indiana/EUA), no filme, com uma incrível paleta de cores, transborda arte o tempo todo, onde cada segundo poderia ser transposto em uma bela obra de arte fotográfica, que tem como objeto de foco, as obras arquitetônicas da cidade, talvez menos lindas do que a sua fotografia, mas mesmo assim, fator de influência em sua população, que vive pela arquitetura reconhecida mundialmente.

Nesse pequeno mundinho, o foco das lentes de Kogonada volta-se à vida de dois personagens que se conhecem em momentos diferentes de suas vidas, tendo exatamente a pequena cidade, como ponto comum. Com Haley Lu Richardson no papel de Casey, consegue transmitir toda a sensibilidade que a personagem pede, em uma atuação sublime e encantadora, enquanto que a seriedade e misteriosa curiosidade de Jin, é mostrado por John Cho, em um trabalho maravilhoso. Se Casey está com a vida toda pela frente, provinciana que é, e conhecedora assídua de tudo que a cerca, Jin por outro lado deixou a cidade há muito tempo, demonstrando seu desinteresse constantemente com aquela realidade. Se Casey é uma jovem bibliotecária devoradora de todo conhecimento que pode adquirir, mas sem perspectiva de crescimento profissional, Jin já é bem maduro e bem definido em sua carreira. Enquanto ele é filho de um professor famoso de arquitetura, com quem não mantém contato e deseja manter distancia, ela não pensa em sair do lado de sua mãe e cuidar dela. Casey mantém as dúvidas e preocupações de seu futuro, enquanto Jin é questionado pelo seu passado, e dessa forma, no meio do caminho das idas e vindas das linhas de vida desses dois personagens, eles se conhecem na cidade que representa tanto para eles(de diferentes formas).

O ponto de encontro é o mais importante do filme, que não se prende com questões de causa ou consequência da vida, mas como que os pontos de encontro podem ser criadores. No ponto de encontro é que acontecem os diálogos. Se as gostosas discussões entre Jin e Casey são sobre a concentração e o desinteresse, sobre conhecimentos teóricos de arquitetura, sobre a burrice humana, ou sobre livros e vídeo games, o que os dois atores passam, de forma sublime e reveladora, são questionamentos com a erudição frente às sensações, que a amizade e os encontros são cheios de pontos de vista e discussões teóricas, mas que a troca de perspectivas, sabores e sentimentos, conseguem transformar a erudição em arte, e enxergar a beleza que está oculta em situações tristes.

Columbus é um filme excelente para ser visto, ouvido, sentido completamente, por aqueles dispostos a entrar no mesmo tempo do filme, um tempo sem métrica, irregular, com pausas e questionamentos que valoriza as cores do mundo, e surpreende pelas experiências. Para estes que forem ao cinema, terão uma experiência maravilhosa de um excelente filme.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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