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A nostalgia do clássicos da infância: Pica-Pau: O filme, chega aos cinemas

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Quem não adora uma visita nostálgica a clássicos da infância? Pica-Pau foi uma presença constante na vida de diversas gerações, devido a quantidade de temporadas que o desenho animado reuniu. Aproveitando o gancho do Dia das Crianças e a onda de remakes de Hollywood, o pássaro azul e vermelho cuja versão original animada foi lançada em 1940, ganhou um longa-metragem, com a direção de Alex Zamm para trazer de volta uma das risadas mais icônicas da televisão e a brasileira Thaila Ayala no elenco.

Da TV para a telona, o travesso Pica-Pau (Eric Bauza) vive sua vida pacata em uma árvore na floresta, quando é perseguido por alguns caçadores. Eles não são páreo para a perspicácia do pássaro, mas pouco tempo depois, uma ameaça ainda maior chega: uma família que quer construir uma casa luxuosa exatamente no local onde a casa do Pica-Pau fica. Entre o ambientalismo e a pura diversão, o pássaro não irá desistir de manter aquelas pessoas longes. Mal sabe ele que aquela viagem é uma chance para o pai, Lance Walters (Timothy Omundson) se reconectar com o filho Tommy (Graham Verchere) que não dá a mínima para ele ou sua noiva Vanessa (Thaila Ayala).

Infelizmente a vontade de reviver as memórias do passado animado do Pica-Pau não deram certo. A começar por uma história fraca e bem clichê de família que tenta se conectar em viagem para floresta. Além disso, a tentativa de uma lição de moral sobre o meio ambiente não consegue se encaixar e fica forçada demais durante toda a trajetória. As piadas vêm de uma comédia pastelão antiga, movida por arrotos e gases do pássaro, causado por sua obsessão em manteiga de amendoim. Essa falta de conteúdo com um humor mais interessante, torna muitas piadas previsíveis, e até a garotada sentiria falta de uma história melhor.

Falando em ultrapassado, as crianças do filme formam uma banda, mas não cantam uma única música que vá fazer o público cantar junto, já que optaram por escolher aquelas canções cujos direitos autorais já não estão caros, devido ao tempo de existência. Ainda no tópico de economia, as atuações dos irmãos caçadores Nate (Scott McNeil) e Ottis Grimmes (Adrian Glynn McMorran) são de um nível barato, chegando ao caricato. Thaila Ayala e Timothy Omundson também não passam longe da crítica. Quem realmente se sai bem é o dublador Eric Bauza, que faz a voz do Pica-Pau em perfeito tom, e com as boas e velhas falas clássicas entregues de forma natural.

Pelo menos a natureza travessa, mas quase assassina, do Pica-Pau é mantida. Afinal, apesar de trazer vários maus exemplos, e cenas que claramente resultariam em mortes caso não fosse um filme, essa distância com a realidade é um ponto divertido e normal dos desenhos animados. É o pouco que conseguiram manter da marca nessa péssima tradução atual do que foram os desenhos. Mais irritante que a risada do Pica-Pau, só uma má produção que esquece que remakes não podem se apoiar simplesmente no fator nostalgia para criar uma aventura, eles devem ter uma história que agrade os pequenos e se possível, até seus acompanhantes. Talvez o fato de estar disponível durante o Dia das Crianças vá facilitar a venda de ingressos, mas é certo que ninguém vai querer escutar a risada traquina do Pica-Pau mais de uma vez.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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