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Logan Lucky – Roubo em Família: o anti-herói e um hino à bandeira

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Temos um “Blockbuster”! Se precisasse de uma frase para descrever o novo trabalho de Steven Soderbergh, esta caberia perfeitamente. O pôster é atrativo, o título, especialmente o traduzido para o português, e principalmente o elenco recheado, credenciam Logan Lucky – Roubo em Família como tal.

Muitos dirão que o cineasta se utiliza de uma fórmula pronto, e não podemos contrariar tal afirmativa. O roubo à banco, ou o roubo ao cofre, é sem dúvida, figurinha repetida em Hollywood. O próprio Soderbergh já utilizou-se do tema na trilogia iniciada com Ocean’s Eleven. O “x” da questão é como o diretor trabalha tal enredo, e de fato, ele o faz muito bem.

Em Logan Lucky, Jimmy Logan (Channing Tatum) é um operário, pai da encantadora Sadie, que vive com a mãe Bobbie (Katie Holmes), casada com um típico americano bonachão, prestes a se mudar para longe e afastá-lo da filha. Não bastasse isso, Jimmy perde o emprego. Na noite em que vai ao bar, onde o irmão Clyde Logan (Adam Driver) trabalha como barman, após uma briga no balcão, os irmãos dão início ao mirabolante plano de roubar um cofre situado no subsolo do terreno do famoso autódromo da cidade.

Com informações geográficas privilegiadas por ter trabalhado como escavador, Jimmy só precisa de um especialista em explosivos para terminar de amarrar o plano perfeito. Este sujeito é Joe Bang (Daniel Craig), condenado há anos de prisão na cadeia local.

A história se desenrola com o plano de fuga de Joe e toda a engenharia do roubo no dia de uma importante prova de automobilismo no autódromo.

No quesito estética, o filme é claramente um tributo à bandeira americana e ao nacionalismo típico exposto em cada personagem da trama. Estratégia do diretor, talvez, em um momento político focado no resgate do “American Pride”. A fotografia e elementos como a aparição da própria bandeira em diversos momentos, o hino cantado, o country music se sobrepondo ao pop, no subplot onde sua filha figura, a Nascar, categoria automobilística amada pelos americanos e até o figurino deixam bem claro que é uma ode intencional do diretor.

Quanto às atuações, assim como Soderbergh utiliza uma antiga, porém eficaz fórmula, Channing Tatum se sente muito à vontade no papel que mais dá certo (talvez o único), o de anti-herói. O sujeito trabalhador, que sempre se ferra, mas que de forma ou outra, com seu charme e sex appeal, consegue dar a volta por cima, ainda que se utilizando de caminhos ilegais para tal. Em Logan, não é diferente, e ele o faz conforme seu próprio protocolo.

Destaque para a atuação de Daniel Craig como Joe. O ator está otimamente como o caricato Joe, conseguindo se desligar da imagem do “discriminado” papel de James Bond.
Ademais, nenhuma menção honrosa. Pode-se dizer que Katie Holmes é quase uma figurante. Se tem 10 falas é muito.  Hillary Swank, que nem consta no pôster do filme, aparece e tem papel mais preponderante na trama do que a própria Katie, como agente do FBI. A atriz mirim Farrah Mackenzie vai bem, como filha de Jimmy. A ligação entre os personagens acaba parecendo o motivo principal que move o personagem principal à todo plano mirabolante do roubo.

No final das contas, Logan Lucky – Roubo em Família é um filme apenas divertido. Não há brilhantismo, mas serve como bom passatempo.

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