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Celso Sim lança o álbum “O Amor Entrou Como Um Raio” com repertório do compositor Batatinha

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Autor destes versos acima, o compositor baiano Batatinha, Oscar da Penha, morreu em 1997 aos 72 anos e deixou uma obra rara de sambas extremamente sofisticados e existencialistas. Em 2017 são 20 anos sem Batatinha.

“O Amor Entrou como um Raio”, lançado pelo selo Circus, traz 11 canções de Batatinha com uma formação musical contemporânea e arranjos tropicalistas que penetram, tangenciam e contornam o gênero samba com violões, cavaquinho, guitarra e bandolim de Webster Santos, cello de Filipi Massumi, músicos baianos residentes em São Paulo como o pernambucano Maurício Badé (percussão).

O cantor e compositor Celso Sim, depois dos elogiado álbum “Tremor Essencial” (2014) e do premiado “Elza Soares, A mulher do fim do mundo” (2015), do qual é diretor artístico, compositor e cantor, se dedica à obra de um dos maiores compositores de canções do Brasil, interpretando os sambas mais relevantes de Batatinha.

Considerado um sambista tão bom como Cartola e Nelson Cavaquinho, Batatinha nunca foi tão popular. Justamente por isso, por sua obra ainda não ter a dimensão popular de Caymmi, Cartola ou Tom Jobim, nos oferece um mundo musical único e fresco, como se lembrássemos de músicas de um tempo sem tempo e que habitam a nossa memória sonora nas vozes de grandes cantoras e cantores, principalmente na voz de Maria Bethânia.

Cantor, ator, cineasta e “urbanista diletante”, o paulista Celso Sim transita por várias vertentes artísticas. Esse seu sétimo disco nasceu da paixão por Batatinha. Por que Batatinha? Porque é um gênio da canção brasileira. O repertório gravado faz uma fenomenologia do carnaval através da polaridade prazer-sofrimento, dádiva-dívida, íntimo-público, confissão-expiação, labuta-festa, onde o carnaval é uma perspectiva de fuga e acesso à uma humanidade perdida e/ou esquecida para o poeta que sabe e canta o desencanto sem drama, o sofrimento sem tristeza e até mesmo com altivez e elegância. Sofrimento tão extenso que mesmo a possibilidade de superação, transcendência e/ou suspensão dessa dor traz dúvidas como em “se eu deixar de sofrer, como é que vai ser para me acostumar”, e o que emerge desse mergulho é o seu contrário, o alento, nesta singularidade do samba e do blues.

O resultado é um álbum autoral sem nenhuma música do autor, com a forte personalidade de Celso Sim expressa em cada detalhe. O projeto gráfico é um espetáculo à parte, com foto inédita de Batatinha na capa, clicada por Pedro de Morais e fotografia de Pierre Verger no encarte.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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