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SEDE DAS MULHERES: mostra feminina e feminista acontece na Sede das Cias

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De 24 a 27 de novembro, a Sede das Cias, na Lapa, recebe a mostra SEDE DAS MULHERES, que traz espetáculos, shows, debates, performance, leitura e exposições. Todos os trabalhos são realizados por mulheres, retratando o efervescente movimento feminista que vem acontecendo na cena teatral carioca. SEDE DAS MULHERES tem idealização e curadoria de Diana Herzog e Ivan Sugahara, com atrações gratuitas ou a preços populares. A mostra celebra também os quatro anos da Sede da Cias, incluindo uma festa para a data comemorativa no sábado, dia 25/11, às 23h.

Mulheres de Buço, Coletivo As Minas, Alessandra Colasanti, Márcia Zanelatto, Ellen Paes, Caroline Valansi, Mayara Yamada, Cristina Flores, Maria Rezende, Georgiana Góes, Ana Paula Bouzas, Mariana Patrício, Lana de Holanda, Dandara Vital, Ana Flavia Cavalcanti, Carolina Ferman, Ana Abbott, Isis Pessino, entre outros nomes, apresentam trabalhos e reflexões em ocupação total da casa.

Também será apresentado o espetáculo “Efêmera”, fruto de um intercâmbio internacional entre Brasil e Inglaterra, coordenado por Cathy McIlwaine e Paul Heritage (Londres) e Eliana Sousa e Miriam Krenziger (Rio). Abordando a violência contra a mulher a partir de depoimentos reais colhidos em Londres e no Complexo da Maré, a peça foi escrita e dirigida pela brasileira Gael Le Cornec, residente em Londres, onde participou de filmes como “Sonhando Acordado” e “Lethe”. Em “Efêmera”, Gael contracena com a inglesa Rosie MacPherson, atriz de filmes como “Antes de Dormir” e “Run Away With Me”. Após a estréia em Londres no CASA FESTIVAL em outubro de 2017, a montagem será apresentada no Rio, no dia 24 de novembro no Centro de Artes da Maré e no dia 25 na Sede, como parte da mostra SEDE DAS MULHERES. A sessão na Sede será seguida de debate com os coordenadores do projeto.

Em 2015, o feminismo foi ressignificado com a campanha #primeiroassedio e com a passeata (espalhada pelo Brasil) “Mulheres contra Cunha”. “Feminismo”, a palavra “maldita”, o movimento que havia se tornado tabu e fora rechaçado pelas próprias mulheres durante anos, estava de volta, com força, diversidade e uma agenda necessária para garantir os direitos das mulheres. Na época, o deputado Eduardo Cunha queria aprovar o PL 5069/13, que dificultava o atendimento a vítimas de violência sexual e o acesso ao aborto legal. Hoje a PEC 181 pretende criminalizar o aborto até em casos de estupro.

Num momento aonde o fascismo cresce junto com o machismo, a homofobia, o racismo, um movimento contrário floresceu. Em meio a tantas ameaças, o feminismo ressurgiu com relevância, inclusive na cena teatral. Diversos coletivos de jovens mulheres – como “Mulheres de Buço” e “As Minas” – se juntaram para reivindicar espaço e voz, numa cena e numa cultura lideradas historicamente por homens. Ao mesmo tempo, uma profusão de solos femininos – de atrizes como Andréa Beltrão, Debora Lamm, Flavia Millioni, Rita Elmôr, Grace Passô, Sara Antunes, entre muitos outros – ocupou teatros e espaços alternativos. Mulheres escrevendo, dirigindo, atuando. Mulheres ocupando toda a ficha técnica. Mulheres decidindo que querem falar e ser ouvidas. Mulheres tomando o protagonismo.

Nesta ebulição feminista da cena carioca, a Sede das Cias, encabeçada pelo diretor Ivan Sugahara, aos poucos veio se tornando um espaço de acolhimento e projeção de variadas vozes de mulheres. Em abril de 2016, o espetáculo “Nora”, idealizado e dirigido por Diana Herzog, estreava na Sede, voltando para uma 2ª temporada em setembro do mesmo ano. Em março de 2017, a peça “Eu (Quase) Morri Afogada Várias Vezes”, do coletivo “As Minas”, estreou na casa, retornando para uma 2ª temporada em julho, quando a Sede também recebeu a reestreia de “Pineal”, do Teatro de Afeto, numa programação duplamente feminina. Já em outubro, “Variações Nina”, com direção de Cristina Flores, fez sua estreia no jardim da casa. Todos esses trabalhos, assumidamente feministas, tiveram grande sucesso de público. É fato que a Sede das Cias passou 2016 e 2017 com muita gente na porta querendo entrar para assistir mulheres denunciarem os absurdos ainda vividos numa cultura machista.

Do encontro entre Diana Herzog e Ivan Sugahara, nasceu o desejo de fazer uma mostra de mulheres na Sede – a “Sede das Mulheres”. São muitas mulheres se juntando, tomando a frente, fazendo arte, fazendo teatro. A “Sede das Mulheres” é uma celebração dessa efervescência e comemora o segundo ano da parceria entre a Sede das Cias e o movimento feminista, entre a Sede e a cena das mulheres.

Hoje podemos falar de uma cena teatral carioca feminista, feminina. A “Sede das Mulheres” é uma pequena mostra desse movimento, com atrações gratuitas ou a preços populares. Pequena porque são apenas 4 dias e 4 dias não dão conta da proporção de trabalhos e grupos hoje espalhados pelo Rio de Janeiro. 4 dias concentrados, que expandem o teatro e ganham o foyer e o jardim da Sede. 4 dias de teatro, mas também de encontros, conversas e debates, além de shows, performances e uma exposição permanente.

SERVIÇO
SEDE DAS MULHERES
De 24 a 27 de novembro
Local: Sede das Cias (Rua Manuel Carneiro, 12, Lapa – Escadaria Selarón)
Tel: (21) 2242-4176

 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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