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Websérie No Olhar: a construção de narrativas visuais por Anna Kahn

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No Olhar é a websérie que exibe semanalmente episódios com os principais fotógrafos e fotógrafas do Brasil. O projeto que está em sua segunda temporada tem apoio da Secretaria da Cultura de Estado do Paraná e Companhia de Energia Elétrica (Copel). As entrevistas têm o desafio de revelar ao expectador conceitos sobre uma leitura mais apurada da fotografia, linguagem, influências e histórias de vida desses profissionais de maneira mais intimista. Os vídeos com duração de nove a 12 minutos são lançados todas as segundas-feiras no canal do youtube.com/noolhartv e nos perfis das redes sociais. Para o sexto episódio desta temporada, No Olhar convidou a jornalista e fotógrafa Anna Kahn.

Anna Kahn tem uma relação com o mundo através da fotografia e conta suas histórias construindo narrativas visuais, inspiradas em diversos temas. Cada trabalho abre as portas para um novo mundo. “Eu posso ir para Belém e mergulhar num universo totalmente diferente do meu. Chamei esse trajeto de “Sem Medo do Escuro”, porque o escuro é justamente esse mergulho no desconhecido. Neste caso, o que me interessava era o processo criativo, a proposta de deslocamento para uma cidade que eu não conhecia e sem saber o que eu ia fazer. Essa era a premissa: estar livre para esse acaso”, afirma a fotógrafa.

Já, no livro Oriente, o processo foi outro. Convidada pelo curador Jean Loh, de Shanghai, participou de uma residência artística pelo interior da China, em 2013, onde buscava retratar a ausência, a solidão e o silêncio. “Fui com uma ideia na cabeça e percebi que isso foi um grande erro. Eu tinha uma fantasia da China, especialmente dessa região no Sul do Tibet, onde pretendia fazer um trabalho sobre o silencio. Quando cheguei lá vi que foi um equivoco muito grande. Levei tempo para me recuperar e escolher outro caminho que eu não sabia pra onde ia me levar. Depois entendi que tinha feito um trabalho sobre o esquecimento”, explica.

Seu trabalho “Bala Perdida” rendeu a primeira exposição no Instituto Moreira Salles, em 2007, que dez anos depois, tragicamente, continua muito atual. “Olhando para aquelas imagens, parece um trabalho muito simples e essa simplicidade foi proposital. Morrer de bala perdida é uma tragédia e isso de repente passa a ser cotidiano. Como que uma tragédia pode ser cotidiana? São coisas inteiramente contraditórias”, relata a fotógrafa.

Anna acredita que a função do artista é dar sua opinião através da história que é escolhida para ser contada. “Por que aquele assunto te interessa? Por que a bala perdida me emociona? Por que eu vou pra Belém e me interesso em contar a história de tráfico de seres humanos? Isso fala de mim, fala do meu tempo, mas também fala do meu mundo e isso acaba dando sentido à minha vida”, finaliza.

 

 

Assista aos vídeos disponíveis desta temporada (Toda segunda-feira um novo episódio será exibido)
1º Episódio – Walter Carvalho
2º Episódio –  Simonetta Persichetti
3º Episódio –  Tiago Santana
4º Episódio – Ana Carolina Fernandes
5º Episódio – Antonio Guerreiro
6º Episódio – Anna Kahn

 

 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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