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Uma jornada ao passado, pela perspectiva dos irmãos Auguste e Louis Lumière

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Por Pedro Verani

Chega aos cinemas nacionais o aclamado Lumière! A Aventura Começa. Integrante da seleção oficial do Festival de Cannes 2015 e 2017, o documentário foi produzido pelo Institut Lumière e distribuído pela Imovision. O produtor Thierry Fréumax faz sua estréia na direção e assina, também, o roteiro e a edição.

O diretor selecionou e organizou 114 breves filmes (todos restaurados em 4K) de um acervo com mais de 1.400 obras para nos guiar nesta jornada ao passado, pela perspectiva dos irmãos Auguste e Louis Lumière, os fundadores do cinema. Filme após filme, frame após frame, somos transportados pela história da Era Moderna européia, em especial a da França, em um período de intensa transformação social devido à industrialização que crescia a todo vapor. É o começo do fim da belle époque francesa, e Fréumax nos introduz à efervescência de uma nova sociedade em plena virada do século XIX para o século XX.

O documentário consegue nos contextualizar historicamente e emocionalmente com extrema destreza, graças à narração em off do próprio diretor em união com a bela trilha de Camile Saint-Saens. Mais do que uma simples narração, Fréumax nos presenteia com comentários vívidos, cheios de detalhes e informações que nos situam e agregam camadas aos filmes, que se sucedem de maneira fluída. A cada passagem, aguardamos ansiosos pelo próximo comentário, e somos recompensados durante os pouco mais de 90 minutos de exibição.

Filmados ao ar livre e produzidos entre 1895 e 1905, os filmetes de 50 segundos podem até passar a fala impressão de que o cinema da dupla se reduz a uma simples captação da realidade que os cercava, quase que aleatoriamente. Entretanto, esses filmes foram divididos em capítulos sobrepostos em uma espécie de colagem, e a sucessão de imagens somada à narração, deixa evidente a técnica por trás da composição de cada take, da mise-èn-scene, do enquadramento impecável e movimentos de câmera pioneiros.

Ao fim da sessão, é impossível não identificar a influência dos irmãos Lumière sobre o desenvolvimento da linguagem cinematográfica moderna, e sobre os grandes realizadores da sétima arte. E é esta a missão (muito bem sucedida!) de Fréumax. Muitos beberam da fonte dos irmãos franceses; de “O encouraçado Potemkin” de Eisenstein ao “Titanic” de James Cameron, a lista é inesgotável.

“Lumière!” não é somente “uma declaração de amor ao cinema”, como bem colocou o Le Parisien, mas, também, uma celebração da vida.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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