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“DARK”: PASSADO, PRESENTE E FUTURO ENTRELAÇADOS

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Sem dúvida, um dos grandes destaques entre as séries de 2017 foi a alemã “Dark”, distribuída pela Netflix. Mesmo tendo estreado já no fim do ano – todos os 10 episódios da primeira temporada foram disponibilizados no dia 1 de dezembro -, a produção chamou a atenção do público e da crítica, angariando 97% de aprovação. Criada por Baran bo Odar e Fantje Friese, série – que se passa majoritariamente no ano de 2019 – conta a história dos habitantes da pequena cidade de Winden, local onde nada de grande relevância acontece – à exceção do desaparecimento sem solução de Mads, aos 11 anos, em 1986. O garoto é irmão de Ulrich, que atualmente trabalha no departamento de polícia da cidade.

Tudo corria normalmente no local até que Erik Odenborf desaparece sem deixar rastros. Enquanto a população de Winden entra em polvorosa por conta do desaparecimento, o jovem Jonas Kahnwald retorna do hospital psiquiátrico onde foi internado após o suicídio de seu pai e descobre que sua crush, Martha, está namorando seu melhor – e único amigo – Bartosz. Quando, em uma noite tempestuosa, o trio – junto ao jovem Magnus e seu irmão mais novo, Mikkel, de 11 anos, filhos de Ulrich -, vai até o bosque roubar o estoque de drogas que Erik vendia, fenômenos inexplicáveis separam o grupo, e, apesar de seus esforços, Jonas perde Mikkel de vista e garoto desaparece. A partir disso, uma busca incansável se inicia e os ânimos ficam cada vez mais à flor da pele.

Além disso, também são desenvolvidas tramas paralelas, como as intensas relações familiares, a misteriosa carta que Michael – pai de Jonas – deixou antes de se matar (carta que, de acordo com as instruções do envelope, só poderia ser aberta depois de determinada data), o mistério guardado sob o terreno na usina nuclear de Winden, o homem misterioso que chega à cidade e observa os passos de Jonas, as investigações paralelas do jovem e de Ulrich, que acabam por revelar que não somente os desaparecimento do passado e do presente estão conectados e envolvem perigosas viagens no tempo, além do enigmático e sinistro padre Noah, que parece conhecer todos os segredos da trama.

Assim, o ponto alto de “Dark” é a estrutura narrativa, que, aos poucos, revela que tudo e todos estão ligados, de uma forma ou de outra, seja no passado, no presente ou no futuro. Mas, por outro lado, isso demanda extrema atenção do público, pois qualquer mínimo detalhe perdido pode fazer com que o espectador perca o fio da meada. Acerca das comparações com o sucesso “Stranger Things”: basicamente, ambas se assemelham ao envolverem o desaparecimento de uma criança, apenas isso, mas são dois enredos com focos distintos. O único ponto, de fato, igual entre as duas séries é que ambas são dignas de maratona. E, por fim, cabe dizer que a Netflix já confirmou que a produção terá uma segunda temporada.

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