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Inspirado nos musicais infanto-juvenis da Disney, Gaby Estrella – o filme chega aos cinemas

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No começo da última década, os programas e séries infantis e infanto-juvenis foram perdendo espaço da programação, tanto da TV aberta como nos canais de assinatura. No entanto, foi percebi do que as poucas produções destinadas a estes públicos conquistaram um público cativo, logo, investir na expansão de seriados e filmes era rentável. Logo, filmes como “Meus 15 Anos”, “Carrossel”, “DPA” e semelhantes tiveram uma expressiva bilheteria – o exemplo mais recente é a comédia “Fala Sério, Mãe!”, baseado no best-seller de Thalita Rebouças, que em menos de um mês, levou mais de 2 milhões de espectadores aos cinemas.

Assim, o mais novo exemplar deste filão é Gaby Estrella – O Filme, derivado da série bem-sucedida do Canal Gloob. No longa, a carreira de cantora de Gaby começa a entrar em declínio devido ao surgimento de uma nova popstar, Natasha, que possui o clipe mais assistido da internet brasileira. Simultaneamente, a jovem se vê obrigada a voltar para sua cidade natal, Vila Mirim, no interior, para passar um período com sua avó. Ao chegar lá, passa a ter que lidar com a prima, Rita, uma blogueira que está disposta a tudo para acabar com sua carreira.

A partir disso, o filme ganha uma roupagem muito familiar para quem viveu a pré-adolescência na virada da década: uma popstar que tem de voltar às raízes no interior por questões familiares e não consegue se encaixar naquele estilo de vida rural, ao mesmo tempo em que tenta manter sua carreira que está ameaçada pelo repórter de um tablóide. Qualquer semelhança com o enredo de Hannah Montana – O Filme – outro filme derivado de uma série de sucesso – não é mera coincidência.

Toda a produção do filme tem uma clara inspiração nos musicais infanto-juvenis da Disney, mas a saga da cantora interpretada por Miley Cyrus é a referência mais óbvia – inclusive, algumas cenas do longa nacional são praticamente iguais as da produção estadunidense, porém com realização mais… “singela” – além da trilha sonora com um pé no country, assim como sua musa americana. Mas, a extrema semelhança entre os dois enredos não é o maior problema do filme, que não consegue se adaptar à linguagem cinematográfica.

O longa, dirigido por Claudio Boeckel, não consegue se desprender dos moldes televisivos – aliás, um problema recorrente nas comédias nacionais -, em todos os aspectos, e parece mirar em um estilo de entretenimento que não é mais tão atraente para jovens – o filme não cumpre a missão realizada por sua principal inspiração (“Hannah Montana”), que teve como objetivo amadurecer a história e os personagens, para, posteriormente, levar este amadurecimento para o seriado. A impressão que fica é de que a produção preferiu não se arriscar e apostar no público habitual da série, que cresceu com aquelas personagens.

Desta forma, o filme é repleto de clichês, caricaturas, além de uma montagem ruim, que se utiliza daquelas tradicionais transições de tempo com imagens aceleradas do nascer e do pôr do sol e outros aspectos que “incham” a produção, o qual acaba por parecer muito mais longa do que é de fato. Ainda há enquadramentos bem novelescos, com muitos close-up e câmera lenta, mas ao buscar uma familiaridade com o produto original para garantir público, a produção se afasta do objetivo de evoluir a história e tentar angariar novos fãs que estejam passando pela transição entre pré-adolescência e adolescência – no fim, “Gaby Estrella – O Filme” pareceu apenas um episódio de 94 minutos da série infantil que o originou.

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