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A Maldição da Casa Winchester, mais uma filme de terror, baseado em histórias reais

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Por: Fabiane Bastos

Na vida real não faltam casas assombradas para inspirar os contos de terror do cinema, mas é provável que nenhuma tenha tanto potencial quanto a Casa Winchester. Formada por um complexo labirinto com mais de uma centena de cômodos, a construção real na Califórnia é um prato cheio para a imaginação popular.

O psiquiatra Eric Price (Jason Clarke), é contratado para avaliar a sanidade de Sarah Winchester (Helen Mirren), viúva e herdeira da empresa de armas de fogo que levam seu sobrenome. Após perder precocemente a filha e o marido, ela se concentra em obras infinitas e ininterruptas em sua mansão que, segundo ela, controlam os espíritos que amaldiçoam a família.

Não é surpresa, aos poucos o Dr Price vai a perceber que a “velinha que acredita em fantasmas” talvez não seja louca, ou ao menos não é a única com a sanidade questionável. O terapeuta também tem seus demônios. Viúvo, ele se entregou ao uso de entorpecentes, comprometendo seu julgamento no caso.

Além de Sarah e do psiquiatra, a casa ainda abriga sua sobrinha – mais uma viúva! – Marion Marriott (Sarah Snook) e o filho Henry Marriott (Finn Scicluna-O’Prey), além de uma quantidade impressionante de funcionários. Entretanto o desenvolvimento destes personagens para por aí, pois o filme parece ter pressa em assustar o público, recorrendo logo em seu início aos cansativos jumpscares, ao invés de aproveitar o intricado cenário para criar tensão. Mesmo a protagonista, inspirada em uma pessoa real e vivida pela sempre eficiente vencedora do Oscar, Helen Mirren, fica no óbvio, a senhora excêntrica irredutível e de visual macabro.

Os sustos fáceis da primeira metade da produção tiram o foco da construção da tensão que o filme parece querer usar em seus minutos finais. Entre um jumpscare e ouro, pouco é explorado da história dos Winchester, das assombrações que povoam a residência, ou mesmo da casa em si. Além de cenário e personagem, a construção é usada como ferramenta por mortos e vivos.

Também falta tempo para definir bem a mitologia deste universo. Regras são impostas e quebradas de acordo com a necessidade do roteiro. Considerando que este apela para as escolhas mais óbvias do gênero, fica difícil ignorar as incoerências se você já assistiu, um ou outro filme de fantasmas antes.

O design de produção é eficiente tanto na recriação da época, quanto da famosa casa. O que torna ainda mais lamentável, que seus corredores, portas e escadas sem saída não sejam melhores aproveitados na trama. O mesmo vale para o bom elenco, que não pode fazer muito com o material que recebem.

A Maldição da Casa Winchester conta com um bom elenco, e produção eficiente, mas peca no desenvolvimento da trama, desperdiçando uma premissa interessante, que tinha muito mais a oferecer. Há quem veja um debate sobre o uso de armas de fogo, tema em constante debate nos Estados Unidos. Diante do potencial desperdiçado, talvez a melhor opção para amantes de casas mal-assombradas seja mesmo visitar a mansão real e conhecer de perto, a história de Sarah e sua misteriosa residência.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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