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A Odisseia, biografia de Jacques Cousteau, chega aos cinemas

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Uma odisseia trata-se de uma viagem marcada por aventuras inesperadas e singulares. É assim resumida a vida de Jacques Cousteau, cineasta e inventor, percursor da ideia de que ao invés de investir em colonizar o espaço, o homem deveria focar em expandir território para as profundezas do mar, e é nisso que se dedicou a vida toda, ao mesmo tempo que capturava essa jornada em filmes de sua nacionalidade: francesa.  Assim como o significado literal do título do longa já adivinha, a vida deste homem possuiu muitos momentos impossíveis de prever e certamente, aventuras foram vividas.

O aventureiro oceânico, inventor do ‘aqualung’ e cineasta francês Jacques-Yves Cousteau (Lambert Wilson) embarca em uma grande viagem com sua família a bordo da Calypso. Com o passar dos anos, no entanto, seu amor pelo mundo submerso, e suas possibilidades de negócio, colocam em segundo plano a mulher Simone (Audrey Tautou) e os dois filhos, incluindo o primogênito Jean-Michel (Benjamin Lavernhe). Quando cresce, Phillippe (Pierre Niney), o caçula, volta a bordo apesar da péssima relação com o pai, e os dois precisam superar todas as diferenças e mágoas para sobreviver em alto-mar.

A biografia deste homem é de uma interessante jornada rumo a seu propósito de vida. Após um acidente de avião, Jacques se encontra muito ligado a presença do mar e decide comprar a embarcação Calypso. Para ele, a imensidão azul representa oportunidade, enquanto para a família, o barco se torna motivo de separação. As crianças vão para um internato e Jacques começa a ter casos amorosos nos portos em que param, fazendo com que se separe da esposa, mas os dois nunca se afastam, pois agem como a maré que naturalmente leva o que está em seu caminho para mais perto da costa.

Dessa forma, o significado de cada elemento inanimado se transforma completamente, em alguns anos. O mar se torna solidão tanto para Jacques quanto para Simone, as viagens que antes demonstravam o amor entre a família, agora são momentos de conflito entre Philippe e o pai, e Jean-Michel sempre ignorado. O diretor Jérôme Salle desenvolve cada personagem cuidadosamente, desenvolvendo a história de cada um dos quatro com maestria. E até o mergulhador de confiança do capitão, Bébert (Vincent Heneine), se destaca entre as histórias únicas encontradas no todo.

Essas singularidades trazem um sentimento de empatia, em que o público possui a liberdade de se identificar e colocar no lugar de qualquer uma das histórias paralelas ou principais da trama. É claro que o bom desenvolvimento dos personagens vem aliada a uma atuação incrível do elenco. O protagonista interpretado por Lambert Wilson já é um conhecido do cinema francês e seu bom trabalho não é surpresa alguma. A revelação do momento é Pierre Niney que constrói com naturalidade e charme, um drama pessoal que se transforma em razão de vida.

Seu personagem, o novato Phillippe passa da vida de cineasta mergulhador, a ambientalista e transforma seus filmes em documentários pela proteção ambiental. Após uma viagem final como Calypso pela Antártica, em que encontram diversas baleias mortas, o pai fica tocado pela motivação altruísta e passa a dar palestras ao lado do filho, reunindo novamente a família e sua vontade em comum de explorar o mar.

A belíssima cinematografia azulada constrói um mundo submerso raramente visto antes. O longa mostra a vida real de Jacques Cousteau, e seus “oceonautas” rumo a um futuro utópico. Eles faziam mais do que documentários sobre peixes, contavam histórias sobre pessoas embarcadas do Calypso e as relações estreitas que tinham entre si e em contato com a natureza. A Odisseia conclui com uma mensagem de preservação não somente ao meio-ambiente, mas também das relações interpessoais da vida real, com a esperança de um futuro que não pensa a curto-prazo mas que percebe que a vida é mais forte do que tudo e deve ser aproveitada ao máximo ao lado das pessoas que amamos.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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