Com amor, Simon: Uma história de amor delicada, mais real do que você imagina

Simon Spier (Nick Robinson) é um jovem querido por todos. Na escola é o amigo tímido e sincero, em casa, filho exemplar, prestativo e carinhoso. Sereno e aparentemente tendo controle de todas as situações de sua vida, Simon se vê diante do seu mais importante conflito interno: assumir a homossexualidade. Para isso, cria um perfil fake sob o pseudônimo de Jaques, que logo encontra Blue, outro jovem que vive o mesmo dilema.
Não demora para que os dois encontrem um no outro, mais do que ouvidos para seus desabafos. A afinidade entre os dois rapidamente se torna algo mais e os dois se veem apaixonados.

Simon, deixando o coração falar mais alto, está disposto a revelar para todos que é gay, mas Blue se mostra mais reticente e pede tempo. É quando por um descuido, Simon deixa seu e-mail aberto na biblioteca da escola e um de seus colegas, o bonachão Martin (Logan Miller), os usa como forma de chantageá-lo em troca de ajuda a conquistar o coração de uma garota. Com seu segredo em perigo, e com medo de expor Blue, Simon aceita o jogo de chantagem de Martin. Isso desencadeia uma série de acontecimentos que põe em risco todo o processo de descoberta e revelação de sua sexualidade para a família e amigos, e sobretudo seu relacionamento com Blue.

A adaptação do livro de Becky Albertalli, “Simon vs. The Homo Sapiens Agenda” é feita de forma sutil e divertida. Ainda que estejamos em tempos bem mais evoluídos em relação a temas como estes, abordá-lo da melhor forma é sempre um desafio. Especialmente por se tratar de um dos momentos mais delicados da vida, a adolescência, aonde dúvidas e monstros parecem maiores do que realmente são.

E neste aspecto, Greg Berlanti não poderia ser mais cuidadoso e cirúrgico. Em nenhum momento constrange ou desconcerta quem quer que seja, independente de orientação sexual ou doutrina religiosa. Mostra uma situação com a qual milhares de pessoas convivem durante suas vidas, da forma como deveríamos tratar de verdade. É claro que há elementos conflitantes pontuados, trazendo um pouco de realidade, como a questão da chantagem e o bullying sobre a suposta vergonha que seria se assumir homossexual à sociedade. Isso não poderia ser ignorado pois é o que ocorre ainda, especialmente em ambientes como o do colegial.

Mas o interessante é que consegue-se tirar o foco deste “gatilho” e mostra-se na verdade uma história de amor. O romance entre duas pessoas e o amor das amizades verdadeiras e da família.

O elenco é jovem e inspirador. Alguns atores de séries recentemente aclamadas pela crítica, como a jovem Katherine Langford, a polêmica Hannah Baker de “13 Reasons Why” e Miles Heize, o Alex da mesma série. Encorpando o elenco, Jennifer Garner, uma espécie de rainha das comédias românticas e o galã Josh Duhamel, como pais de Simon. A trama é gostosa, têm um quê de filme teen mas tenho certeza que agradará a maioria dos espectadores, independente de faixa etária.