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Liam Neeson repete a velha formula de filmes de ação

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Liam Neeson tem a tendência de ter sua família ameaçada não importa aonde vá, em que filme tente se esconder, em O Passageiro, não é diferente. O novo longa da Imagem Filmes apresenta o ator como o ex-policial Michael MacCauley em sua rotina diária de transporte público. Tudo muda quando uma estranha se aproxima dele e lhe propõem um desafio. Com direção do espanhol Jaume Collet-Serra, o diretor se mostra novamente um fã de Liam Neeson, sendo este o terceiro filme (além de Sem Escalas e Noite sem fim) em que coloca o homem na mesma posição, mas em um cenário diferente.

Durante seu trajeto usual de volta para casa, um vendedor de seguros é forçado por uma estranha e misteriosa mulher que se apresenta como Joanna (Vera Farmiga) a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, apenas o amigo policial Murphy (Patrick Wilson) como aliado, e a família ameaçada, o homem se encontra no meio de uma conspiração criminosa muito maior do que ele poderia prever.

Quando atores e atrizes assinam contratos com distribuidoras e por vezes não alcançam a cota de filmes desejados no ano, acabam embarcando em qualquer papel com roteiro disponível. É perceptível que esse filme é um desses casos. É um clássico filme do Liam Neeson, sim, e quem gosta desse gênero de surpresas aleatórias, cenas de ação impossíveis para um ex-policial que há 10 anos vende seguros, certamente irá se divertir. No entanto para quem observa detalhes, a presença do casal Warren (o papel de Vera Farmiga e Patrick Wilson em Invocação do Mal) parece estranha e mal posicionada na trama.

No entanto, a culpa dessa estranheza também vem do roteiro, com falas óbvias, e mastigadas que guiam o público às respostas brutalmente, e não com a leveza e genialidade de um filme com bom enredo. É claro que os atores se esforçam para tentar manter a clareza e o nível de seus papéis, apesar de Vera Farmiga mal aparecer, de Patrick Wilson só ser relevante no terceiro ato e de Liam Neeson estar perpetuamente preso em um labirinto de ameaças familiares e uma vida de espião que ele nunca pediu, sendo sempre mais nobre e, praticamente, vidente em certas ocasiões que a maioria dos humanos.

O diretor Jaume Collet-Serra, além de optar pela escolha óbvia de personagem principal em seus filmes tomou algumas decisões técnicas, no mínimo, peculiares. O jogo de câmeras em cenas de luta é “shaky câmera” (a técnica de movimentar a câmera com cada movimento criando uma versão turva), uma escolha óbvia, mas que deve ser usada com cuidado, pois pode ficar extremamente confusa se usada sem cuidado, e é exatamente isso que acontece em diversos momentos. Além disso há zoom dramáticos dignos de novelas mexicanas e poderiam facilmente ser deixados de lado.

Apesar da economia com cenário (o filme se passa todo em vagões de trem), o longa é bem movimentado e, novamente, para quem gosta de filmes “quebra-cabeça”, considere esse um jogo de poucas peças que é interessante, mas tão rápido e simples que não marca a vida ou carreira de ninguém. O que o protagonista Michael MacCauley percebe é que a vida passa rápido, é repetitiva e muitas vezes sem graça, e uma pausa como a que ele passa certamente faz valorizar mais o tempo que tem com quem ama. Essa é a ideia passada pelo filme e o que parece ter passado pelas mentes dos criadores, que O Passageiro foi uma ideia de uma pessoa entediada criando uma narrativa hipotética no meio tempo do transporte público, e de ideias vindas do tédio, saem apenas projetos tediosos.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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