- Publicidade -

Homem das Cavernas renova o senso de amizade infantil

Publicado em:

Faz tempo que animação deixou de ser coisa só para criança, e os principais estúdios de animação do mundo sabem bem disso, tanto que as exigências de público já não são mais as mesmas. Ao mesmo tempo, não dá para fazer uma animação totalmente alheia aos anseios infantis. E acho que aí é que está o grande desafio do segmento atualmente. Saber como desenvolver uma história plausível e criativa o suficiente para que crianças e adultos consigam sair felizes do cinema.

Homem das Cavernas consegue isso de forma extrema, ou seja, é divertido de forma muito boba, e contém uma trama com um tema mais adulto, que é o futebol e a disputa por território. Doug (Dug) é um homem primata que vive numa era aonde homens e outros animais e fugindo das criaturas dividem a natureza como casa, basicamente buscando a sobrevivência e se divertindo entre si em suas longas horas vagas. Quando de repente surge o vilão Nufi (Lord Nooth), bradando o fim da idade da pedra e a instituindo a era do Bronze, e se apodera das terras que pertence a Doug e seus amigos, em busca de exploração de minérios e mais riqueza. Nessa fuga, Doug acaba indo parar na cidade, onde Nufi, dentre outras atividades, organiza partidas de futebol em seus estádios, em busca de arrecadar dinheiro.

É nesta que surge em Doug a ideia de desafiá-lo em troca da devolução de suas terras, ou seja sua casa, em caso de vitória numa partida de futebol entre as “tribos”. Acontece que enquanto o Lord Nufi tem um time cheio de jogadores treinados e metidos a craques, Doug e seus amigos nunca haviam ouvido falar do jogo ou chutado uma bola.
Eis então que surge Guna (Goona), que sabe tudo do esporte e decide ajudá-los.

Não seria nem tão absurdo eu continuar a contar sobre a história sob risco de dar algum spoiler porque estas animações geralmente seguem um script muito manjado, e este é um caso clássico. Aí moram as maiores críticas ao roteiro da animação que poderia explorar muito mais. A referência a pré-história é bacana e até didática às crianças, embora não muito rica e detalhada. Pode-se questionar referência ou outra, como a presença de certos animais naquela região da Inglaterra, onde a história se passa. Mas isso nem é tão importante. Faz parte de uma animação a inconsistência e até alguns absurdos. Mas não se exploram sub-tramas ou caminhos que poderiam ter sido tomados.

O filme é divertido, contém piadas leves, algumas demasiadamente bobas, e um pouquinho de sarcasmo. Mas se formos medir o grau de risadas que o filme nos arranca, ele não passará de 5 numa escala de 10. Ao mesmo tempo, as referências ao esporte, pra quem gosta como eu, são bem legais.

Mas o principal ponto de Homem das Cavernas, eu diria, a lição que fica, especialmente para as crianças, é do encorajamento, da bravura e de principalmente, espírito de equipe que Doug e seus amigos mostram na história. Ir atrás do que busca sem medo e com a ajuda dos amigos, de forma coletiva. Sem dúvida, toda criança que assistir ao filme vai sair com um senso de amizade renovado.

Uma ferramenta que sempre atrai bilheteria em animações são as vozes dos dubladores. Muita gente guarda esta memória auditiva e vai ao cinema muito por quem dubla. E na versão original em inglês, o time é ótimo. Eddie Redmayne faz Dug, o protagonista. Maise Williams, a famosa Arya Stark de Game of Thrones é Goona. O papel de vilão fica por conta de Tom Hiddleston, o Loki, irmão de Tör, da Marvel. Estes são só alguns dos bons nomes. No Brasil, Marco Luque dubla Doug.

Quanto à técnica aplicada,Nick Park, de Fuga das Galinhas e Wallace & Gromit, poderia explorar muito mais de Homem das Cavernas, principalmente em seu roteiro.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -