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Todo Clichê do Amor: Uma coletânea tragicômica

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Quem acompanha o cinema nacional já deve ter percebido que um dos nomes que vêm ganhando notoriedade nos últimos anos é o do diretor, roteirista e ator Rafael Primot, que, em 2014, recebeu grandes elogios da crítica cinematográfica com o suspense Gata Velha Ainda Mia. Agora, após a bem-sucedida empreitada pelo thriller, a nova produção de Primot, Todo Clichê do Amor, abraça um novo gênero: a tragicomédia.

O enredo é formado por três contos que, de alguma forma, se entrelaçam e, assim, o diretor faz uma quase sátira das comédias românticas ao se apropriar da estrutura comum a todos os filmes do gênero – os clichês – e aplicá-los na própria história. Desta forma, a primeira trama – protagonizada por Débora Falabella e pelo próprio Primot – fala sobre um motoboy que comete um assassinato para provar seu amor por uma garçonete comprometida.

A segunda história – a qual possui um tom mais dramático – foca nas personagens de Maria Luísa Mendonça e Amanda Mirásci, madrasta e enteada, respectivamente, que precisam se entender de uma vez por todas no velório do marido-pai. E, sem dúvida, o forte desta trama são as interpretações, ambas viscerais, principalmente de Maria Luísa, cuja principal característica de atuação é justamente a visceralidade, que a leva da fragilidade ao ódio de forma absolutamente hipnótica – prova disso é sua premiada interpretação de Blanche Dubois na peça clássica “Um Bonde Chamado Desejo”.

A terceira e última história possui os matizes de comédia escrachada ao falar sobre a prostituta sadomasoquista Lia – interpretada pela sempre impecável Marjorie Estiano -, que, durante um atendimento, consegue arrumar tempo para discutir seu relacionamento por telefone com o namorado, um ator pornô. O grande público, acostumado a ver Marjorie em papéis dramáticos arrebatadores, com certeza, vai se surpreender com o preciso timing cômico da atriz.

Todo Clichê do Amor é um projeto mais ambicioso do que o anterior de Rafael Primot, o que acarreta uma gama mais ampla de abordagens para controlar, fazendo com que, no fim, o “problema-título” do longa se perca um pouco no desenrolar das tramas – no entanto, isso é amenizado pela engenhosidade do diretor em entrelaçar suas histórias -, as quais são elevadas pelo empenho ímpar do seu elenco – em especial as três atrizes principais, o que faz com que o filme seja uma experiência válida e divertida, mesmo que o produto se diferencie da foto da embalagem.

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