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Mostra POEMÁTICA, de Adolfo Montejo Navas no Centro Municipal de arte Hélio Oiticica

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É dentro de um perfil expansivo de Adolfo Montejo Navas – espanhol de Madri radicado no Brasil há mais de duas décadas e meia, reconhecido como crítico de arte, curador independente e poeta – que ganha especial destaque sua produção visual, de cunho próprio e ininterrupta, como uma contribuição indispensável de uma poética de atuação que nunca deixou de ser plural. Concretamente, por ser escritor, poeta, artista visual, tradutor, crítico de arte, de literatura, pesquisador, estudioso do Brasil, em suma, ser várias coisas ao mesmo tempo, ter sua própria heteronímia em ação.

De fato, a ideia de uma mostra de sua atividade artística não exime de acompanhar, de certa forma, o resto de realizações como conexões, extensões, correspondências. Sobretudo, aquele campo de obras que se aproximam, que vinculam territórios de criação, por serem contíguos ou por trabalhar as afinidades eletivas – uma tarefa sempre in progress. Deste modo, a exposição que se propõe retro-prospectiva pode ser tanto memória e presente artístico, quanto um generoso e heterodoxo território imagético de afinação, de linguagens cruzadas, que dá conta de experiências limítrofes, no cerne entre a visualidade e a textualidade, ou a reflexão tida como criação conceitual de outro destino.

Trata-se, assim, de uma obra prolífica, em parte inédita, só conhecida parcialmente, como um iceberg, que transita por vários campos de diferente caráter estético, dentro dos parâmetros das artes plásticas, visuais, da poesia visual mais abrangente, por inscrever e defender obras de diferente natureza híbrida e reposicionamento perceptivo: escrituras e contraescrituras em que a cultura da imagem e a experimentação dos signos têm seu papel enfatizado, acompanhando ao mesmo tempo a obra poética e aforística tão paralela e convergente, ou inclusive a produção crítica, com destaque para o ensaio e sua ideia de pensamento necessário, maleável e contemporâneo.

POEMÁTICA mapeia, assim, um território que vincula poesia e imagem, e indica o teor e horizonte desta contribuição artística que passeia pelo limiar do que representa a poiesis, invenção e matriz de linguagem, lírica expandida direcionada aos vários pontos cardinais da criação, e também a ideia do poema como lugar inaugural, do aberto, de outra possível cosmologia do sentido. O que vincula a produção visual e textual, como pensamento de imagens, sua fabulação; no fundo, diversas imagéticas. Daí 0 título, que reúne poema e imagética: POEMÁTICA. Como poética e política artística.

Uma constelação de veredas, atividades que podem ser religadas ou conectadas por uma visão fronteiriça das coisas, incluiria poesia visual, poemas-objeto, livros de artista, livros-objeto, edições gráficas, peças escultóricas, textos, desenhos, caligrafias, fotografias, vídeos, instalações. A produção que inclui esta mostra, portanto, contém séries e trabalhos díspares de um inventário que parte de 1994 e chega até hoje. Produz, assim, olhares e semânticas diversas que propugnam uma leitura mais politeísta do mundo, menos unidimensional.

Serviço:
Poemática, de Adolfo Montejo Navas
Centro Municipal de arte Hélio Oiticica (Rua Luís de Camões, 68 – Centro) Galerias 3, 4 e 5 (2º andar)
Visitação: até 4 de agosto de 2018.
Funcionamento: de segunda a sábado, das 12h às 18h. Fechado aos domingos e feriados

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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