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Sicário: Dia do Soldado – Quando o cartel virá terrorismo

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Você já ouviu falar na cidade de Sicário? Ela é um dos principais centros de cartel de drogas mexicano da vida real. No primeiro longa, Sicário era o foco e a guerra das drogas o tema. Nesta sequência, que novamente não poupa o público da realidade brutal e sanguinolenta, fala-se da disputa entre gangues na fronteira do México e Estados Unidos, onde o tráfico de pessoas realizado por coiotes se tronou uma rede financeira milionária, e por isso tão disputada. Com um elenco de atores premiados, este suspense traz críticas sociais e questionamentos morais em cada um dos seus 122 minutos de ação.

Depois de Sicário – Terra de Ninguém, o misterioso Alejandro Gillick (Benicio Del Toro) e o oficial da CIA, Matt Graver (Josh Brolin), trabalham juntos em uma audaciosa ação secreta. O governo dos Estados Unidos passou a classificar cartéis de drogas como atos terroristas, e com essa nomenclatura passa a agir fortemente no combate a eles. A missão então envolve sequestrar a filha de um chefão das drogas, Isabelle (Isabella Moner), e colocar a culpa em ema gangue rival, assim provocando uma guerra entre as duas e provocando mortes dos dois lados, tecnicamente sem sujar as mãos dos EUA.. No entanto entre emboscadas e armadilhas, Alejandro acaba se vendo em uma encruzilhada moral que pode lhe custar a vida.

Enquanto o primeiro longa apresentava fortemente uma disputa entre Estados Unidos e México, deixando claro quem a indústria queria que transparecesse como campeão, justificando atos brutais pelo lado americano. Desta vez, não há tentativa em esconder ou justificar o que os Estados Unidos está fazendo, e certamente não é ético ou prático, mas poderia dar certo se executado sem nenhum problema. Porém, é claro, que problemas surgem e a improvisação e genialidade dos protagonista precisa ser testada.

Alguns dos erros do primeiro filme parecem ter sido consertados como a melhor construção dos personagens e o melhor desenvolvimento e rapidez da cena do começo ao fim. Agora que torturas e mortes são triviais, a história tinha a difícil missão de chocar de outras formas, e consegue com o cenas de homem-bombas se explodindo e da dura e cruel realidade de se viver em um mundo dominado da violência em que pessoas incoerentes pagam o preço. Inclusive, os personagens mais jovens da trama, a menina sequestrada cuja vida vira do avesso por ser filha de um traficante e o jovem garoto mexicano que se torna coiote por influência do primo, demonstram o quanto vidas ficam presas no fogo cruzado sem escapatória.

O roteiro faz um ótimo trabalho tornando a narrativa interessante e construindo a trama com calma nas passagens, aumentando gradualmente o suspense e a ação. Além disso, o característico som de efeito do primeiro longa é somente utilizado em uma das cenas mais tensas, arrematando a boa direção de Stefano Sollina. Josh Brolin e Benicio Del Toro, não surpreendentemente dão um show de atuação, como os senhores estrategistas de guerra mas que também vão a campo averiguar e executar situações.

Para quem gosta do gênero, com certeza vale a pena dar uma conferida em Sicário 2: Dia do Soldado. E o mais importante ao se assistir um filme como este é analisar, perceber o quanto a disputa se parece com algo vivido no Brasil entre favela e asfalto, e principalmente, dar o valor merecido a última cena e o quanto ela diz sobre a natureza social e a realidade de tantas pessoas.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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