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Gustavo Lins fala sobre o lançamento do álbum “Jardins e Desertos”

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Apesar da pouca idade, Gustavo Lins tem uma longa história com a música. O cantor e compositor iniciou sua carreira aos 16 anos e tem diversos sucessos gravados por grandes nomes da MPB, como Alcione, Belo, Exaltasamba, Sorriso Maroto, Harmonia do Samba, Jeito Moleque, Pique Novo, Molejo. Atualmente, ele lança o álbum “Jardins e Desertos”, em todas as plataformas digitais.

Como foi a elaboração da ideia de lançar um single a cada mês até o fim do ano, ao invés de lançar todo o álbum de uma vez?
Gustavo Lins – Essa parte do lançamento, já foi uma parte posterior ao meu trabalho. Foi algo que ficou a cargo da gravadora que está lançando esse trabalho. Concebi as músicas, fizemos as músicas no estúdio, aprontamos as 13 músicas, agora não era uma ideia inicial ter esse formato de lançamento. Foi um pedido da gravadora, por conta da dinâmica das plataformas digitais, essa dinâmica nova e diferente do que era o CD. Então eu não fui contar, mas também não foi uma ideia minha. Já foram 8 músicas desse álbum.

Podemos esperar clipes para todas as músicas, ou você pretende trabalhar o novo álbum em músicas específicas?
Gustavo Lins – Todas as músicas desse álbum tem um clipe no YouTube, no meu canal. São videoclipes que foram feitos em estúdio no Rio de Janeiro, na Cia. Dos Técnicos em Copacabana. Filmamos ao vivo no estúdio e a gente gravando, então se a galera quiser ver um clipe da gente gravando no estúdio é só ir lá no meu canal.

Você compôs muitas canções para grandes nomes da música, músicas que fazem muito sucesso. Eles já te procuram pedindo canções específicas?
Gustavo Lins – As vezes acontecem das minhas músicas rodarem o mercado, porque você manda pra um produtor, para o arranjador, ou para um artista, aí ele vai e manda para outro, até um empresário de uma banda escuta e acaba querendo gravar. Então tem músicas que vão rodando e são pinceladas em trabalhos de outros artistas. Acontece de chegarem e pedirem uma música, aí mostro e acaba rolando. Outra coisa são as regravações, às vezes tem gente que pega música minha mesma e regrava, pessoal tem feito releituras de músicas minhas, foi assim com a Turma do Pagode, com o Ferrugem, Imaginasamba.

Como você escolhe, que música fica pra você e que música você vai levar para outro artista?
Gustavo Lins – Eu procuro fazer essa seleção por minha conta mesmo. Tem músicas que acho ter mais haver com o que quero cantar e as músicas que considero que possam ser cantadas por outros.

O seu último álbum lançado em 2015, foi todo de composições originais suas. Seu processo de criação permite que você crie composições ao longo do tempo, até achar o momento certo para lançar?
Gustavo Lins- Geralmente, eu sinto a necessidade de gravar, de materializar com os músicos dentro do estúdio as minhas composições, é algo um pouco simbólico para mim como artista, como compositor. O processo para fazer um CD, a música são compostas em um período de um ano, dez meses geralmente, aí a gente já produz.
Se eu não gravar, mando para um artista, não fica muita coisa parada não. As músicas ficam sempre prontas para serem gravadas, não deixo elas esquecidas, sempre tem uma destinação nas músicas.

O seu álbum no Spotify está como Vol.1, quantos volumes podemos esperar do álbum? Qual a ideia de lançar um álbum em volumes?
Gustavo Lins – Essa ideia também partiu da gravadora, pois, gostaríamos de lançar os singles, quinzenalmente. Então provavelmente vai ficar Vol. 1 e Vol.2, esses dois volumes vão envolver as 13 músicas, aí no final do processo de lançamento tudo ficará organizado como um só álbum.

É possível enxergar nos seus novos trabalhos um grande amadurecimento, que fez com você diversificar mais os ritmos das suas músicas, claro que sem sair do pagode romântico. Como foi esse processo?
Gustavo Lins – Eu gosto de ouvir vários tipos de músicas e admito vários artistas, as vezes tenho vontade de expandir meu leque criativamente. No caso desse disco, eu queria fazer uma reverência ao pagode romântico, externar um pouco da minha gratidão ao samba, ao publica do pagode em si, foi um público que me acolheu, principalmente a galera mais popular. Eles me proporcionaram de ter uma carreira, tudo que eu fiz. Então eu fiz um disco onde compus muitos pagodes, claro que buscando melodias que me agradam e eu gosto bastante desse disco. No meio do caminho acabou acontecendo músicas como “Jardim Secreto”, que é uma balada e acaba fugindo um pouco do ritmo do pagode, que foi uma inspiração genuína, do dia-a-dia mesmo, uma música mais reflexiva, que fala da vida, não só de amor. Foi bem natural e achei interessante colocar no disco, e também sempre procuro nos meus discos tem um espaço para mostrar minha versatilidade como compositor também, pelo menos uma faixa que fuja um pouco ao disco.

Nesse disco eu não fiquei muito preso, não me prendi a uma vertente, queria faixas que lembrasse, um Art Popular, um Exaltasamba, um Pique Novo, queria reverenciar tudo aquilo que eu ouvi, que acho legal, que me divertiu ao longo da vida como ouvinte também.

 Você participa das suas redes sociais e escuta muito o seu público. O que eles falam e pedem, influência no seu trabalho?
Gustavo Lins – Eu penso que sim. Existem alguns pedidos de música, mas o fato de que eu sempre procurei fazer um trabalho que eu estivesse de acordo, que trouxesse a minha verdade, desde novo no meu primeiro disco quando eu tinha 16 anos, sempre procurei me preocupar com a minha identidade. Então as coisas que eles pedem, que gostam, às vezes partiram até de mim, de algo que eu já queria, não fica muito fora do que eu sou.

 

Mariane Barcelos
Mariane Barcelos
Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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