- Publicidade -

As Herdeiras: A redescoberta de ser livre

Publicado em:

Com produção majoritariamente paraguaia, As Herdeiras, narra a história de um casal de mulheres, Chela (Ana Brun) e Chiquita (Margarita Irún). Logo de início elas são apresentadas como um casal que está passando por problemas financeiros, e por conta disso, Chela se vê forçada a vender vários artefatos de sua casa, heranças de família preciosas. Daí que percebemos que as dívidas são culpa de Chiquita, até que em determinado momento está é presa, e a outra vai ter que se virar sozinha. Tornando assim perceptível que Chiquita praticamente controlava a vida de sua parceira, em tudo.

O diretor do longa, Marcelo Martinessi, investe toda a sua atenção À Chiquita, closes em seu rosto, ou enquadramentos bem fechados nela, e até visões em primeira pessoa. A atriz, Ana Brun encarna uma personagem muito introspectiva, e até frágil. Suas expressões são sempre contidas, apesar de que em momentos pontuais a felicidade, ou a tristeza, da personagem transbordam de seus olhos.

A força motriz que começou a mudar a vida de Chela foi sua vizinha, Pituca (María Martins), uma velhinha, dessas cheias maquiagem e joias que pode fazer qualquer um rir. Pituca começa a usar Chela como uma motorista particular, pagando por isso, ela faz questão. O que nós leva a Angy (Ana Ivanova), o oposto total da personagem de Brun. Angy é jovem, extrovertida e cheia de experiências de vida. Ivanova, que apesar de não ser uma menina na flor da idade, consegue habilmente demonstrar a chama sutil, mas poderosa da juventude, que acaba seduzindo a todos. Sem contar também com a ajudante de Chela, a empregada doméstica, Pati, que se torna aparentemente a única amiga verdadeira da protagonista. Os contrastes e contrapontos das personagens permite mudanças e novos ares à Chela, que experimenta o sabor de ser livre.

Tanto o roteiro quanto a direção do longa mantém uma linha contínua, uma lentidão, não excessiva, todavia necessária para que se crie empatia para com os personagens. Enquanto o roteiro depende que a plateia se solidarize com a causa de Chela, a direção competente de Marcelo Martinessi conduz a obra com clareza.

Apesar de não ser um filme para grandes públicos, tem um tema muito pertinente, muito fácil de se relacionar com a vida de quem assiste.

 

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -