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Slender Man aposta no terror psicológico e em velhos truques do gênero

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Você conhece o Slender Man? Criado e desenvolvido a partir de lendas da internet, o homem alto, branco, com tentáculos que se estendem indefinidamente pela floresta se tornou game, ganhou popularidade, provocou um caso real de assassinato e, enfim, um filme com estreia marcada para 23 de agosto. Apesar de todo o terror psicológico que provocou em pré-adolescentes na época de seu ápice cultural, o filme falha muito apostando em velhos truques do terror cinematográfico e inconsistência narrativa.

As amigas Wren (Joey King), Hallie (Julia Goldani Telles), Chloe (Jaz Sinclair) e Katie (Annalise Basso)levam uma vida entediante no colégio. Quando ouvem falar num monstro chamado Slender Man, decidem invocá-lo através de um vídeo na Internet. A brincadeira se transforma num perigo real quando todas começam a ter pesadelos e visões do homem se rosto, com vários braços, capaz de fazer as suas vítimas alucinarem. Um dia, Katie desaparece. Como a polícia não dispõe de nenhuma prova para a investigação, cabe às três amigas fazerem a sua própria busca, enfrentando a criatura.

O diretor Sylvain White constrói personagens muito bem. Desde as meninas, cujo contexto, em sua maioria, familiar, em que estão inseridas podem se tornar justificativa para o que sentem, além do próprio Slender Man cuja figura não é nada mais que uma lenda urbana. Sem deixar de ser aterrorizante, o fator psicológico prega um papel muito importante, principalmente já que o universo criado separa bem os adultos dos jovens. Assim, a falta de ajuda por parte das famílias pode ser entendida como o julgamento de que as crianças estão “imaginando coisas”.

Porém tudo começa a desandar na estrutura desse mundo a partir do segundo ato, já que as regras do monstro variam a cada cena. Os tentáculos assustadores não assustam tanto assim. Em certos momentos são enfeites, em outros são extensões dos braços. Existem diversos rituais para evocar a entidade, não há especificidade em como ele se locomove, muito menos no modo de combate-lo, e infelizmente, este complexo de possibilidades não faz sentido e faz com que o longa em si não passe do “mais ou menos”.

Outros elementos que também irritam, como a quantidade de jumpscares, imagens borradas, rostos com feições distorcidas e elevação no som para causar espanto. É importante frisar, porém, o esforço das atrizes Joey King e Julia Goldani Telles em manter boas atuações ao longo da obra. E, além de um primeiro ato razoável, a tentativa de inverter papéis tradicionalistas e rudimentares com garotas mais corajosas e maduras que garotos. Porém essa esperteza é perdida quando passam a se aventurar sozinhas na floresta.

É sempre interessante ver adaptações de jogos, livros e outras mídias transpassarem para a telona. Quando se trata de uma lenda vinda de uma creepypasta e difundida pela internet, a pressão é bem alta. Afinal, os responsáveis por auxiliar no crescimento da popularidade e na criação do mito são os mais interessados em julgar os frutos do trabalho coletivo da internet. Porém, se na web Slender Man viralizou de forma rápida, o longa de subtítulo Pesadelo Sem Rosto certamente sofrerá com uma reação contrária que se assemelha a solução para medos infantis: cair no esquecimento.

 

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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