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O Predador: ficção cientifica e humor negro não combinam

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Queridos amigos leitores, não sei quanto a vocês, mas regularmente me pergunto por que os estúdios continuam com a mania de mexer em franquias que estão fechadas, lapidadas e que estão em algum canto do nosso querido imaginário????

Entendo que os anos 80 e 90 foram muito importantes para grandes franquias e atores, e que de certa forma, relevo até a ideia de a nova geração conhecer uma versão atualizada e High Tech, mas ‘’deus do céu’’ que seja boa, simples assim. Essa introdução um tanto rabugenta de minha parte se dá ao lançamento da nova versão de O Predador, famoso filme de 1987 com nosso querido “Arnoldão’’ e que em 1990, trouxe o também astro Danny Glover para uma continuação inferior ao original, mas bem honesta com a franquia.

Para quem não conhece, o personagem Predador figura no panteão como um dos mais importantes ícone da cultura pop mundial, ou seja, trazer ele de volta não é uma das tarefas das mais fáceis. Pois bem, Shane Black, que trabalhou como ator no filme original, assina a direção e o roteiro dessa nova aventura do caçador alienígena, e a pergunta é: valeu à pena?

Sem rodeios e delongas, não, e vou explicar por que. Predador começa muito bem por sinal, e já adianto que se o tom fosse esse, estaria ate agora aplaudindo no cinema. Todo o primeiro ato é muito bem conduzido, vemos a violência explícita, marca registrada da franquia, a apresentação dos personagens de forma orgânica, dentro da ação, sem os rodeios de uma auto explicação, a progressão do suspense e ótima, já que a caça aos humanos fica evidente, assumo que a quantidade de personagens incomoda além das várias tentativas de criar tramas e sub tramas para eles, mas mesmo assim estava curtindo e muito.

Mas como nem tudo são flores, o segundo ato destrói tudo muito rápido, e aí que entra minha maior decepção com o diretor. Shane Black sempre trabalhou em projetos de sucesso e seus trabalhos foram muito bem aceitos na indústria e quem o conhece, sabe que o humor negro, as piadas rápidas, os diálogos acelerados estão presentes, mas aqui o humor é disparado o elemento mais fora do lugar aqui, começando com tiradas sarcásticas e partindo pra comedia de vez, com direito até para um joínha de nosso digníssimo Predador.

Como falei anteriormente, o excesso de personagem na trama deixa o filme totalmente descartável, concordo quem tem algumas boas atuações apenas isso, como Jacob Trambley, que faz um menino com grau de autismo elevado, e que descobre em segundos a linguagem dos alienígenas, Olivia Munn faz uma bióloga especialista em analisar as criaturas mas que na verdade é um Rambo disfarçado, Boyd Holbrook, o ator principal que tem o primeiro contato com o Predador, além de uma equipe de soldados loucos incluindo Thomas Jane com síndrome de Tourette que é absolutamente lamentável e constrangedor, mas é a grande bengala usada pelo diretor para dar o tom absurdo de humor para o filme.

Atrelado a isso, um roteiro onde nada, ou praticamente nada faz sentido, a super exposição da criatura, algo que era impossível nos filmes originais, e daí sim, vêm seu fascínio, com direito a cães predadores que mais parecem à versão má do nosso querido Bethoven, além de uma versão gigante absolutamente sem sentido. Fora o foco que em momento algum fica no Predador (me desculpe, mas  o nome do filme é dedicado a ele), somada as tentativas de dar um sentido as inúmeras vindas absurdas a Terra, fazem o personagem padecer em uma auto-indulgência do nosso diretor.

Finalizando em um terceiro ato que funciona em poucos momentos, Predador é uma miscelânea de coisas sem sentido e sem foco aparente. E que vamos combinar, não merecia nem ser feito. E ainda vou além, a cena final e tão bizarra e tão vergonha alheia, que me fez pensar se Shane Black não estava curtindo com a nossa cara.

 

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